“A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.” Esta frase de Sun Tzu talvez soe paradoxal num contexto de saúde, mas serve para ilustrar um fenómeno gritante: a saída em massa de profissionais de saúde de Portugal para outros países.
Morgado Jr.

Como numa batalha silenciosa, Portugal enfrenta um êxodo de médicos e enfermeiros que se traduz em vulnerabilidades agravadas no sistema de saúde nacional.

O Argumento Corporativista: Uma Falsa Nota de Qualidade

A Ordem dos Médicos em Portugal tem sido uma voz dominante no argumento contra a abertura de novos cursos de medicina, alegando que a qualidade do ensino poderia ser comprometida. Este é um argumento que, à primeira vista, parece racional e preocupado com o bem-estar da população. No entanto, escava-se um pouco mais e emerge uma realidade mais complexa, vincada por egoísmos e corporativismos.

A Necessidade de Mudança: Abertura de Novos Cursos de Saúde

Neste cenário, a solução mais lógica e humanista passa por abrir novos cursos de medicina, enfermagem e outras áreas da saúde. Se a procura por profissionais de saúde é alta, tanto a nível nacional como internacional, porque não formar mais profissionais?


É o que sugere a lei da oferta e da procura, um conceito simples que Isaac Newton aplicaria com igual entusiasmo à gravidade: é natural e necessário que o sistema se ajuste às necessidades da população.


A Liberdade de Escolha: Um Direito Inalienável

Não se pode esquecer, além disso, que a decisão de emigrar para exercer a profissão é um direito pessoal. Tal como Viktor Frankl apontou, ""Quando já não somos capazes de mudar a situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos.""


Se um profissional decide procurar melhores condições de trabalho noutro país, essa é uma decisão que deve ser respeitada.


A conclusão a que se chega: O Reajuste Necessário para um Futuro Sustentável

É tempo de rejeitar as ideias retrógradas e corporativistas que têm regido a formação em saúde em Portugal. O egoísmo institucional não pode continuar a limitar o crescimento e a qualidade do nosso sistema de saúde. Mais do que isso, é uma questão de justiça social, de bem-estar coletivo e, acima de tudo, de humanidade.

Albert Einstein uma vez disse: ""Não podemos resolver problemas usando o mesmo tipo de pensamento que usámos quando os criámos.""


A saída de profissionais de saúde de Portugal é um problema complexo que requer soluções inovadoras e audazes.


E isso só será possível quando dermos espaço para mais mentes capacitadas contribuírem para um sistema de saúde robusto e resiliente.

O nosso apelo ao governo de Portugal: A Urgência de Reformas Abrangentes na Formação em Saúde

A realidade é clara e os números não mentem: Portugal enfrenta um desequilíbrio crescente entre a oferta e a procura de profissionais de saúde. Este cenário não só enfraquece o sistema de saúde nacional, como também limita as oportunidades para aqueles que desejam seguir carreiras nesta área vital.


Neste contexto, a abertura de novos cursos na área da saúde não é uma opção, é uma necessidade inadiável.


Além disso, é crucial repensar os critérios de seleção para os cursos de saúde.

A obsessão com as médias elevadas tem limitado o acesso a muitos talentos potenciais, ignorando competências interpessoais ou ""soft skills"" que são fundamentais para o desempenho em atividades na área da saúde. Nelson Mandela salientou, ""A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo"". Mas como poderemos mudar o nosso mundo se limitamos o acesso à educação baseado em métricas estreitas e descontextualizadas?


É tempo de adotar um sistema de seleção mais holístico, que valorize outras competências como empatia, resiliência e capacidade de trabalho em equipa. A saúde é um campo que exige mais do que conhecimento técnico; requer humanidade, um traço que não pode ser medido apenas por números ou testes padronizados.


Ao implementar estas mudanças, estaremos não só a alargar o acesso a carreiras dignas e necessárias, mas também a investir na robustez do nosso sistema de saúde, contribuindo para uma sociedade mais justa, equilibrada e, acima de tudo, saudável.

Portanto, a escolha é clara e a necessidade é urgente. Como disse uma vez Platão, ""A medida de um homem é o que ele faz com o poder.""


Agora, mais do que nunca, temos o poder e a responsabilidade de fazer as mudanças que a nossa sociedade tão desesperadamente necessita.


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Morgado Jr.