Não há racistas em Portugal ?

Seis homens encapuçados, armados com bastões, facas e uma arma de fogo, invadiu ontem no Porto, uma casa onde vive uma dezena de imigrantes argelinos e um venezuelano, (já de si um escandalo social), para os espancar, destruir o recheio da habitação e proferir insultos racistas.

Durante a meia hora de terror, uma das vítimas saltou pela janela do primeiro andar para fugir das agressões e por tal está internada, num hospital do Porto.

Ainda na madrugada ontem, na via pública, a PSP registou outros dois ataques de caráter racista dirigidos a cidadãos de origem magrebina, que poderão ter sido cometidos pelo mesmo grupo.

Um dos agressores foi detido na posse de um bastão.

Não há memória de agressões racistas tão violentas na cidade do Porto com esta sequência de crimes a iniciar-se cerca da 1 hora, na zona do Campo 24 de agosto, onde foram registados vários episódios de distúrbios e assaltos, aparentemente perpetrados por cidadãos estrangeiros.

Cinco homens, armados com tacos de basebol, saíram de um carro preto e espancaram dois argelinos e as vítimas ficaram com vários hematomas e tiveram de receber tratamento.

Poucos minutos depois, não muito longe daquela zona, na Rua do Bonfim, já eram seis os indivíduos que bateram à porta da casa onde vive um grupo de imigrantes destruindo o recheio do apartamento!

“Estávamos a dormir, quando bateram à porta. Gritavam para a abrir e acabaram por rebentá-la. Depois, destruíram tudo. Fechamo-nos à chave nos quartos, mas também partiram as portas. Ao mesmo tempo que nos batiam, diziam que não estávamos a fazer nada em Portugal, que tínhamos de regressar ao nosso país”, descreveu ao JN Lakehal Zakaria, um dos inquilinos agredidos.

De acordo com o relato das vítimas, os indivíduos mostraram uma arma de fogo para as ame- drontar e obrigar a ficar quietas.

Mas o pânico levou um dos imigrantes a saltar pela janela do primeiro andar.

“Ele tinha medo de morrer e tentou fugir pelas traseiras. Caiu da janela para o pátio dos vizinhos. Tem uma perna e um braço partidos. Nunca tive tanto medo na minha vida”, revelou ainda a vítima, que, ontem à tarde, tentava consertar os estragos provocados pela invasão.

Cerca de duas horas depois, já na zona da Batalha, junto de um restaurante de “kebab”, foi um cidadão marroquino a ser alvo de um “linchamento” por parte de um grupo armado com bastões.

Uma patrulha da PSP que estava por perto chegou rapidamente ao local e ainda conseguiu intercetar um suspeito, que tentou fugir ao avistar a Polícia.

Atirou um bastão para um caixote do lixo, mas a arma foi recuperada e o homem detido.

Este bando fascio racista ja terá sido identificado.

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA; imagem ficticia para ilustrar o artigo