Marielle cresceu no Complexo da Maré, uma das maiores favelas do Rio de Janeiro, e desde cedo dedicou-se à defesa das camadas mais vulneráveis da sociedade. Com formação em Ciências Sociais e mestrado em Administração Pública, ela combinava rigor académico com activismo apaixonado, focando principalmente nos direitos das mulheres, negros e da população LGBTQIA+.
O seu trabalho na Câmara Municipal estava profundamente enraizado na sua comunidade, abordando as injustiças que afectavam directamente os moradores das favelas, especialmente a brutalidade policial e a falta de serviços públicos. Marielle não apenas denunciava violações, mas trabalhava activamente para criar políticas que promovessem a inclusão social e económica.
O impacto de Marielle transcendeu as fronteiras nacionais, tocando corações e mentes pelo mundo inteiro. O seu assassinato provocou protestos internacionais, destacando não só a sua luta, mas também a persistente violência política e social no Brasil. Em cidades como Lisboa, Nova Iorque e Paris, Marielle foi homenageada com murais e actos públicos, evidenciando a sua influência como figura global de resistência.
A memória de Marielle também é celebrada em Portugal, país que tem acolhido diversas conferências e eventos em sua homenagem. Em particular, a presença da sua mãe, Marinete da Silva, em eventos portugueses, realça a conexão transatlântica na luta por direitos humanos. Marinete tem partilhado a história e o legado da sua filha com o público europeu, fortalecendo as redes de solidariedade e apoio entre activistas e académicos internacionais.
Marielle Franco deixou um legado que vai além da sua presença física. Instituições e grupos de direitos humanos adoptaram o seu nome e continuam o seu trabalho, lutando por justiça para ela e para tantos outros que perderam as suas vidas na luta por um mundo mais justo. O Instituto Marielle Franco, fundado para perpetuar a sua missão, é um catalisador de projectos que promovem os direitos humanos e a participação política de mulheres negras e periféricas.
Marielle Franco é muito mais do que uma vítima; ela é uma luz-guia para aqueles que aspiram a uma sociedade mais justa e equitativa. O seu assassinato ainda aguarda por justiça completa, e cada voz que se levanta em sua memória é um passo contra o esquecimento e a favor da transformação social. Por todo o mundo, o nome Marielle Franco ressoa, um lembrete poderoso de que, mesmo nas sombras da adversidade, a esperança nunca deve morrer.
"Eu sou porque nós somos."
Esta frase reflete a essência da luta de Marielle pela justiça social e a interconexão entre as pessoas na busca por um mundo mais justo e igualitário. Marielle viveu e lutou não apenas por si, mas por toda a comunidade que representava.
Morgado Jr.