A história repete-se, mas a gravidade do cenário atual impõe um ritmo avassalador. Os relatórios científicos, como o recente estudo da “Nature Climate Change”, já não soam apenas como advertências, mas como a sentença de um futuro incerto.


A linha do tempo aproxima-se do seu ponto crítico: 2029. E, a cada segundo que passa, essa linha corre o risco de transformar-se numa lápide para as gerações vindouras.


https://youtu.be/LwRTw_7NNJs?si=6GC3IrejJ011dmRf


“A nossa descoberta confirma o que já sabemos - não estamos a fazer o suficiente para manter o aquecimento abaixo de 1,5°C”, diz Robin Lamboll, principal autor do estudo e investigador do Centro de Política Ambiental da universidade britânica “Imperial College London”. E, permitam-nos acrescentar, esta descoberta também confirma o que alguns têm insistido há anos, nomeadamente os ativistas da Climáximo.

As controvérsias no Parlamento, os debates infrutíferos sobre o IUC e a falta de ação efetiva dos nossos representantes elegidos mostram uma realidade amarga: a inércia política. A ciência está aí para ser consultada, para ser o alicerce da tomada de decisões. Ignorá-la é escolher o caminho do fracasso.

Segundo o filósofo e cientista político Noam Chomsky, “o custo da inação é incalculável, e agora não estamos apenas a arriscar o futuro das gerações jovens, mas também a destruição de milénios de história da civilização”.


O cenário é perturbador. As emissões de CO2, se mantidas no ritmo atual, esgotarão o nosso “orçamento” de carbono em menos de uma década. O tempo está a esgotar-se e cada dia conta.


E quando os netos deles torrarem com o sol e a falta de água …e a Climáximo “não” tem razão(?) !

A revista ""Nature Climate Change"" apresentou um estudo que diz que o planeta poderá atingir os 1,5°C de aquecimento acima dos valores da era pré-industrial antes de 2030.

O se, que apresentam, dizemo-lo há anos, desde os tempos dos Amigos da Terra, isto é, se não houver reduções rápidas de emissões de gases com efeito de estufa (GEE), não acontecerá pois os do poder, “inteligentes” como são, só conseguem refletir sobre o dia de amanhã ( e já com dificuldade .. ), lamentamos dizê-lo !

Este estudo adverte que por voltas de 2029, se não tivermos reduções de emissões de dióxido de carbono (CO2), há 50% de hipótese de se registar um aquecimento superior a 1,5°C em relação à época pré-industrial.

Ora, o debate automóvel sobre o IUC mostra bem como nem querem esforçar-se em pensar até no Parlamento entre aqueles que elegemos para refletirem e tomar decisões !

Recordemos que aquele foi o valor que foi estabelecido no Acordo de Paris sobre o clima como limite que não deve ser ultrapassado, dadas as consequências nefastas no planeta e nos seus habitantes.

Conduzido por investigadores da universidade britânica ""Imperial College London"", o estudo faz uma análise atualizada e exaustiva do orçamento global do carbono, uma estimativa da quantidade de emissões de CO2 que podem ser libertadas mantendo o aquecimento global abaixo de determinados limites de temperatura.



Estima-se que para que haja 50% de hipóteses de limitar o aquecimento a 1,5°C, restam menos de 250 gigatoneladas de CO2 no orçamento global de carbono.

Se as emissões se mantiverem como em 2022, cerca de 40 gigatoneladas, o orçamento esgota-se em 2029, levando a um aquecimento global acima dos 1,5°C, e claro que a Climáximo “não” tem razão nas suas lutas!

Na hipótese de limitar o aquecimento a 2°C o orçamento é de aproximadamente 1.200 gigatoneladas, ora com as emissões aos níveis atuais o orçamento esgotar-se-ia em 2046!

Robin Lamboll, investigador do Centro de Política Ambiental da universidade e principal autor do estudo, afirmou, citado no documento de divulgação: ""A nossa descoberta confirma o que já sabemos - não estamos a fazer o suficiente para manter o aquecimento abaixo de 1,5°C"".

Por isso. a margem é agora muito pequena, e o investigador frisou que as estimativas apontam para menos de uma década de emissões aos níveis atuais, o que a Climáximo já denunciou n vezes, concluindo: ""A falta de progressos na redução das emissões significa que podemos ter cada vez mais a certeza de que a janela para manter o aquecimento a níveis seguros está a fechar-se rapidamente"".

No documento nota-se que tem havido muitas incertezas no cálculo do orçamento do carbono devido à influencia de outros fatores e de outras emissões para além do CO2.

Ora o atual estudo usou modelos melhorados e metodologia reforçada, com a projeções sobre as reações do clima ao zero líquido, quando houver um equilíbrio entre as emissões globais e as emissões eliminadas (neutralidade carbónica).

Para os investigadores é possível que o clima continue a aquecer dada a fusão do gelo, a libertação de metano e as alterações na circulação oceânica.

Os sumidouros de carbono, como o aumento do crescimento da vegetação, poderão também absorver grandes quantidades de dióxido de carbono, conduzindo a um arrefecimento das temperaturas globais antes de se atingir o zero líquido.

Incertezas que, diz Robin Lamboll, realçam ainda mais a necessidade urgente de redução rápida de emissões.


É preciso atuar agora, e, como tal, o apelo é claro:António Costa oiça, com urgência a Climáximo ! A dor que nos dá ouvir estes tristíssimos debates parlamentares.
Joffre Justino/ Morgado Jr.

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