O CDS pode “construir com outros partidos soluções de governação ou eleitorais"?

O novo líder do CDS-PP/Madeira diz que "nada ficará como dantes" com a sua liderança, e José Manuel Rodrigues, disse hoje que o partido foi "vitima colateral" da crise política desencadeada pelo processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago.

Entende ainda que "nada ficará como dantes" com a sua liderança e que “A primeira prioridade do CDS da Madeira é contribuir para a normalização da nossa vida política. Precisamos de reparar o orgulho ferido dos madeirenses, que começou na operação judicial [em janeiro], de uma tal dimensão que a todos nos deixou em estado de choque e que deixou marcas profundas na política e na comunidade regional", afirmou.

José Manuel Rodrigues falava no encerramento do XIX congresso do CDS-PP/Madeira,no Funchal, no qual foi eleito presidente da comissão política, substituindo Rui Barreto, que liderou o partido desde 2018 e ocupa o cargo de secretário regional da Economia desde 2019, no âmbito dos governos de coligação.

PSD e CDS-PP coligaram-se após as eleições legislativas regionais de 2019, e nas legislativas de setembro de 2023, concorreram juntos e venceram, ainda que falhando a maioria absoluta por um mandato, o que levou o PSD a negociar um entendimento parlamentar com a deputada única do PAN.

Com a investigação judicial em que o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido, levando à sua demissão e à queda do Governo Regional, o PSD rompeu a coligação com o CDS-PP e anunciou que pretendia ir sozinho a eleições, 26 de maio.

"O CDS, que sempre foi a consciência crítica desta coligação e garante da estabilidade e da governabilidade, foi uma vítima colateral de toda esta situação", disse José Manuel Rodrigues, e, "É por isso que digo, e reafirmo, não nos peçam para assumir os erros de outros ou pagar os pecados dos outros."

Segundo este novo líder centrista há um "ambiente de crispação, de tensão, de conflitualidade política na Madeira, entre os partidos, no interior dos partidos, entre os principais protagonistas políticos", vincando que a situação "não é boa para a democracia e contamina a economia e a sociedade com custos elevados para as famílias e para as empresas".

"Tem de haver um antes e um depois desta crise política e das próximas eleições de 26 de maio", e mais disse, "Não contem comigo, nem com o CDS, para experimentalismos e extremismos, mas garanto-vos que comigo e com o CDS nada ficará como dantes."

José Manuel Rodrigues, que já tinha liderado o partido entre 1997 e 2015 e foi agora o único candidato à presidência da comissão política, com a moção de estratégia global "Em nome do futuro", hoje aprovada com 126 votos, num total de 170 congressistas votantes, garantiu que o CDS-PP sai do congresso "coeso, plural, renovado, reconciliado com a sua história e pronto para enfrentar as eleições".

"Esta crise que atravessamos é má, mas pode ser uma oportunidade para melhorar a governação da Madeira e do Porto Santo", declarou, reiterando que "há um antes e há um depois desta trapalhada em que fomos metidos".

"O CDS é um porto seguro para aqueles que estão zangados com o PSD, para aqueles que se cansaram com as divisões insanáveis no PS e para aqueles que estão desiludidos com a demagogia extremista do Chega", reforçou.

Será muito curioso ver se o CDS está em recuperação ou em definitiva queda …!

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA