Atualmente a urgência para se encontrar o equilíbrio entre a sustentabilidade dos recursos naturais, a preservação dos ecossistemas e a capacidade de alimentar a crescente população mundial é um grandedesafio nos nossos dias.

Através de alguns dados, prevê-se que a população mundial aumente +26% em 2050 (fonte ONU), o que pressiona ainda mais e necessidade de criar estratégias que tragam sustentabilidade ao nosso planeta.

Por outro lado, o desperdício alimentar na União Europeia a jusante do retalho alimentar estima-se em 88 milhões de toneladas, correspondendo a 143 mil milhões de euros de desperdício (fonte FAO).

Como exemplo, o peixe é um dos alimentos mais comercializados a nível mundial, correspondendo a cerca de 17% da proteína mundialmente ingerida, sendo Portugal o primeiro país da EU em consumo per capita (60kg) e o terceiro a nível mundial (fonte EU).

Paralelamente, o consumidor procura cada vez mais produtos que correspondam a um tipo de alimentação saudável e equilibrada e de fácil consumo. A crescente importância na opinião pública de questões como um consumo mais justo e adequado, a luta contra o desperdício, a preservação das várias espécies animais e o impacto ambiental de atividadescomo a pesca, obrigam a refletir sobre as soluções que teremos de encontrar para o presente e futuro.

Por se tratar de um produto perecível existem elevadas perdas materiais de pescado, principalmente no pescado fresco. É essencial investir em estudos e avaliações de toda a cadeia de distribuição de forma a identificar pontos onde possam estar a decorrer açõesmenos favoráveis e desatualizadas.

De forma crescente e consolidada, o sushi é uma das soluções de refeição mais procuradas pelos portugueses em regime de take away. As suascaracterísticas únicas de consumo fácil e conveniente, bem como a imagem de modernidade que transmite, tornou-se um dos principais canais de consumo de pescado a nível mundial.

Desta forma, entendemos que a cadeia do pescado é um dos exemplos exigentes, e que urge em encontrar soluções que respondam a todos estes desafios.

Assim, se avaliarmos de forma transversal a cadeia de alguns produtos alimentares desde a origem até ao consumidor, rapidamente entendemos que existe trabalho a fazer. Se todos contribuirmos eparticiparmos de forma coletiva nestas soluções, por mais pequena que seja essa contribuição, já estamos a caminhar no melhoramento das condições do nosso planeta.

Se avaliarmos em nossas casas, a forma de como gerimos os alimentos e a taxa de desperdício, talvez possamos encontrar alguns pontos a corrigir. E que poderão contribuir para a saúde do planeta, para a nossa própria saúde e até mesmo para a saúde das “nossas carteiras”.

A quantidade de comida que ingerimos diariamente, por vezes está desajustada e acima do que os nossos organismos na realidade necessitam. Os valores de energia médios diários aconselhados para adultos saudáveis varia entre as 1500 e as 2500 calorias (fonte sns), dependendo do estilo de vida de cada pessoa. Uma alimentação saudável e adequada é fundamental para o bem-estar, contribuindo para odesenvolvimento e manutenção do organismo deforma apropriada e saudável.

Uma possível redução de alimentos diários ingeridos, para além de todos os benefícios que rapidamenteidentificamos, irá também reduzir a quantidade dos recursos naturais necessários e ajudar na preservação dos ecossistemas, participando para melhorar a sustentabilidade para o nosso planeta.

 

 Miguel Bértolo

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Foto de destaque: IA;  imagem ilustrativa sobre sustentabilidade alimentar, destacando sistemas alimentares sustentáveis, com uma combinação harmoniosa de práticas de pesca sustentável e técnicas de agricultura, integradas em um cenário que reflete a responsabilidade do consumidor e as tendências de consumo modernas.