Não entendo quem Tu és,
Mas sei que és absoluto,
Senhor de todas as fés,
O Alvo pelo qual luto.
Quem és, para que eu lute
Por te alcançar, e desfrute
Do Teu amor, se sou bruto?
Teu poder é infinito,
E Tua sabedoria.
Mas o que é “infinito”?
E “poder”? “sabedoria”?
Eu nem sei o que não sei
(Tua vontade é Lei),
Pobre minh’alma vazia!
Não sei nada sobre Ti,
Só que és o Criador.
Não Te sei, nunca Te vi,
Mas conheço o Teu amor.
Tu me vens e Tu me acalmas,
És o Redentor das almas,
Meu Amigo e meu Senhor.
Eu sem Ti caminho às cegas,
Mas não Te tenho de fato.
És-me esteio nas refregas,
Contigo o Demônio abato.
És sempre a Luz do meu cenho,
Eu, porém, nunca Te tenho:
Tu vens e vais num só ato.
És o Ômega e o Alfa,
És o Princípio e o Fim,
E meu coração se esfalfa
Por saber por que aqui vim...
É o Teu mistério que eu amo?
Não sei... mas eu Te proclamo
Meu amor eterno, sim.
Campinas, 6 de abril de 2024
Luis Henrique Beust
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Foto de destaque: IA; imagem criada para ilustrar a essência do poema, capturando o momento de contemplação e busca pela compreensão do divino. Esta cena evoca os sentimentos de admiração, mistério e a sublime jornada de conexão com o eterno, refletindo o profundo questionamento e o desejo de proximidade com o absoluto expressos no poema.