Um governo dos grupos económicos ( e da opusdei) 

O secretário-geral do PCP denunciou ontem terça-feira, 30.04, o Governo de defender quem quer “sacar o mais possível e o mais depressa possível para os grupos económicos”, apontando para a Santa Casa da Misericórdia .

No Centro Europeu Jean Monnet, em Lisboa, Paulo Raimundo foi questionado se considera que a exoneração da mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) foi um “saneamento político”, tendo respondido que não queria utilizar essa expressão, mas também não vale a pena estar a “mandar areia para os olhos”.

O líder comunista recordou que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, afirmou há poucos dias que a provedora exonerada da SCML, Ana Jorge, “tinha duas semanas para apresentar um relatório“, o que estava “à vista de todos que não era possível”.

“Portanto, arranjou um pretexto para a mudar. Nós fizemos uma afirmação, aquando da apresentação do programa do Governo, que eu vou repetir: nós estamos perante um Governo que defende interesses cujo objetivo é sacar o mais possível, e o mais depressa possível, para o lado do capital e dos grupos económicos”.

Para o líder do PCP, o executivo “fará tudo o que estiver ao seu alcance para isso”.

“Nós tivemos várias direções da SCML, até com projetos diferentes, muito diferenciados entre eles, e tivemos auditorias, procedimentos, tivemos o desenrolar do fio de um novelo… Espero que esse fio não volte a enrolar outra vez e fiquemos sem saber como é que as coisas se desenvolveram”.

Paulo Raimundo recordou que a SCML “não é uma instituição privada no sentido em que o que se passa lá dentro não diz respeito” ao público, salientando que se trata de uma instituição “tutelada pelo Governo”.

O líder comunista sublinhou ainda que a SCML “auxilia milhares de pessoas, nalguns casos é a grande garantia para uma vida com um mínimo de dignidade” e defendeu que é preciso salvaguardar “os seus trabalhadores, que têm tido processos de luta muito intensos, ataques aos seus direitos”.

“Tem de se salvaguardar a própria instituição e eu penso que é aquilo onde todos nos devemos concentrar: nos trabalhadores, naqueles que são apoiados pela SCML, a própria instituição, e eu julgo que estas guerrilhas partidárias e tricas políticas têm tudo como objetivo menos a salvaguarda destas três questões”, disse Paulo Raimundo.

O Governo anunciou na segunda-feira que a administração da SCML foi exonerada “com efeitos imediatos”, justificando a decisão por a equipa “se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição” quando todos sabiam da situação critica da SCML dirigida pela ex-ministra da Saúde socialista Ana Jorge, que herdou essa situação sendo provedora há menos de um ano.

O saque despudorado enfim na guerra opusedei fo governo contra as restantes facções católicas!

Joffre Justino

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Foto de destaque: IA;  imagem simbólica apresentando uma balança gigante que equilibra dois grupos: figuras empresariais afluentes e cidadãos comuns, simbolizando o conflito entre poder econômico e justiça social, com um edifício governamental ao fundo.