Entre 1852 e 1910 realizaram-se 559 greves no nosso país.

A subida dos salários, a diminuição da jornada de trabalho e a melhoria das condições de laboração eram as principais exigências dos operários.

Entretanto, o movimento operário alcançava grande força quando “aquelas (associações) a que hoje chamaríamos propriamente «sindicatos» se juntavam com as recreativas, as de socorros mútuos e os centros políticos”.

Tal ficou demonstrado no 1º de Maio de 1900 que juntou em Lisboa cerca de 40 mil pessoas, numa altura em que “as classes médias ainda viam as organizações de trabalhadores com alguma simpatia”.

Durante a I República não se deixou de festejar o Dia do Trabalhador, mas sublinhe-se que um dos primeiros diplomas aprovados, com a instituição do novo regime, dizia respeito ao estabelecimento dos feriados nacionais e destes não constava o dia do trabalhador.

Em 1933 é decretada o “controle governamental dos sindicatos” esmorecendo um movimento operário que só ganharia novo ânimo na década de 40.

Durante o Estado Novo as manifestações no Dia do Trabalho (e não do Trabalhador) eram organizadas e controladas pelo Estado.

O primeiro 1º de Maio celebrado em Portugal depois do 25 de Abril foi a maior manifestação alguma vez organizada no país, ate ao 25.04.24!

Sobrevivendo às divisões e rivalidades das antigas vanguardas operárias, resistindo depois às pressões altamente mortíferas do salazarismo, o «Dia da Classe Operária» chegou aos nossos dias para conhecer, enfim, a apoteose no 1.º de Maio de 1974.

Hoje infelizmente a luta dos trabalhadores pelos seus Direitos, politicos, economicos, sociais e culturais nao lhes deu o que era de Justiça que tivessem e as visões surreais do esmolerismo e do caritativismo nada de novo trouxeram ficando somente este desencanto quanto à democracia política falhada que se mostra nos seus restantes campos!

Por isso quase não há comissões de trabalhadores nas empresas, quase não ha representantes dos trabalhadores na gestão das empresas, a responsabilidade social das organizações é uma mera ação de propaganda marketeira, a negociação coletiva de trabalho não atinge 1 milhão de trabalhadores, as comissões de higiene, saúde e segurança no trabalho quase não existem, o salário mínimo nacional significa 60% do salário medio o que mostra a fragilidade do mercado interno português com uma economia feita por falsos lideres que só anseiam mais e mais concentração da riqueza em cada vez mais menos mãos!

O Primeiro de Maio é uma demonstração de mais ou menos força, mas a Luta, as Lutas devem seguir-se-lhe, para que essa força seja reconhecida e as vitórias palpáveis no dia a dia das e dos Trabalhadores!

Mas vitorias que não podem ser entendidas como estritamente materiais, economicistas, mas sim pejadas de solidariedade global neste global planeta, onde o importante não serão as reparações do passado mas as Dadivas Mutuas no Futuro!

60% das e dos Angolanos vivem com menos de dois dólares por dia não por causa do colonialismo mas porque as elites angolanas assim o exigem com o seu poder totalitário e essa realidade tem de ser combatida tanto quanto se tem de combater a ganância das elites lusas, ou das da UE, ou as da Nato, ou as dos EUA !

E hoje é essa solidariedade global que tem de ser reconstruída!


Foto de destaque: IA;