Gerir as lusas aguas em Portugal é matéria bem complexa pois são partilhadas por Portugal e Espanha bacias hidrográficas importantes como a dos rios Minho, Lima, Douro, Tejo e Guadiana e por essas Espanhas sofrem um rígido controlo que por cá não se faz e por cá se desleixa deixando correr para o mar esses imensos caudais de augua nao salina!

O regime que se achava “rico em agua” criou esta cultura delapidadora fazendo nascer logo na década de 60 do século esse Algarve em crescente desertificação!

E assim num país de sol vento e mar e 832 km de costa atlântica engoliu por ignorância “moderna” o modelo das gigantescas hidroelétricas barragens desestruturando espaços naturais inutilmente e alimentando a cultura “grande é bom” nascida no gigantesco e capitalista selvagem EUA …

O problema é que essa cultura se mantém, como alias os ecologistas denunciam ha mais de 50 anos ( Ribeiro Teles, Afonso Cautela…), e continuam com a Climáximo a denunciar, com as gigantescas EDP’s a gerirem a bel prazer e melhor lucro a nossa necessidade energética, ( com braços que agora chegam à Namibia!)

As fortunas dispendidas nas autoestradas do cavaquistão e do guterrismo deveriam ter sido aplicadas numa gestão integrada e ibérica dos recursos hidricos sendo alias absurdo haver um plano nacional não integrado num plano ibérico de armazenamento e gestão das aguas !

Mas o escandaloso é que se fale num plano desses e só porque 2024 é um abençoado por Deus ano de chuva haja uma ministra que no Algarve diga ‘gastem lá a agua’!

Joffre Justino

---

Foto de destaque: IA; imagem que ilustra uma emergência climática causada pela escassez de água, mostrando uma paisagem árida e rachada sob um sol escaldante, com impactos visíveis na agricultura e na vida das pessoas que lutam pela última água disponível.