Bem-vindos ao nosso mais recente capítulo na saga das nomeações surpreendentes e controversas. O protagonista de hoje? Paulo Alexandre Sousa, o recém-nomeado líder da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML).

De Herói Desafortunado a Líder Espetacular

Vamos contextualizar a situação. Segundo o jornal moçambicano, @Verdade, Paulo Sousa foi inibido da atividade bancária em Moçambique por três anos. Esta sanção decorreu de um conflituoso caso de interesses, onde o nosso querido Paulo, num ato de acrobacia ética, defendeu simultaneamente os interesses da Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO) e da InterBancos, SA. O resultado? Uma multa de 200 mil meticais e a proibição de gerir instituições de crédito.

E Agora, a SCML!

E quem melhor para gerir uma instituição que lida com vultuosos montantes em jogos sociais do que alguém com uma "rica" experiência em situações financeiras complicadas? Não é preciso um detetive para perceber que a Ministra responsável pela nomeação tem um sentido de humor peculiar ou uma propensão para o caos financeiro.

O Governo em Plena Glória

Mas não nos fiquemos por aqui! O que pensar do governo de Montenegro e MRSousa que acha por bem colocar um gestor com tal histórico à frente de uma instituição tão relevante? Parece que a escolha de Paulo Sousa foi feita com a mesma lógica com que se escolhe um lobo para proteger um rebanho de ovelhas – uma escolha audaciosa, sem dúvida.

Uma Cena à ADista

Ah, como não rir da sagacidade deste enredo digno de um filme de comédia? Claro, é apenas mais uma "cena à ADista", uma verdadeira homenagem ao absurdo. Nomeações como esta nos lembram que, em certos círculos, a competência é um conceito relativo.

Conclusão

E assim, caros leitores, continuamos a assistir ao espetáculo do absurdo que é a política de nomeações. Paulo Alexandre Sousa, um exemplo de como transformar uma carreira marcada por sanções em uma oportunidade brilhante. Fiquem atentos aos próximos episódios desta novela em constante evolução, onde a realidade ultrapassa a ficção, e onde o improvável se torna a norma.

 

Por Aderito Caldeira,
Editor do jornal @Verdade
Publicado em 29 de agosto de 2019

“Se dúvidas existiam sobre a independência política do actual Banco de Moçambique (BM) dissiparam nesta quarta-feira (28) quando decidiu a inibição “do exercício de cargos sociais e de funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras, por 3 (três) anos” do presidente do maior banco comercial no nosso país, Paulo Alexandre Duarte de Sousa, por conflito de interesses no mau negócio com a Interbancos, SA, que após receber 1,1 bilião de Meticais não entregou à SIMO o sistema informático de pagamentos electrónicos interbancários.Ao abrigo da Lei das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras o Banco Central “aplicou ao Arguido, Paulo Alexandre Duarte de Sousa, as seguintes sanções por infracções contravencionais: Multa de 200 mil meticais; Inibição do exercício de cargos sociais e de funções de gestão em instituições de crédito e sociedades financeiras, por 3 anos”.

Em comunicado de imprensa recebido pelo @Verdade o Banco Central justifica a decisão com o facto do “arguido” Paulo Alexandre Duarte de Sousa ter agido “em conflito de interesses aquando da sua participação no processo de apreciação e decisão da proposta de aquisição da InterBancos, SA, pela Sociedade Interbancária de Moçambique, SA, (SIMO) defendendo, simultaneamente, os interesses da SIMO, na qualidade de Administrador, e da InterBancos, SA, na qualidade de Presidente do Conselho de Administração”.

O @Verdade apurou que o conflito de interesses remonta a 2015 quando SIMO iniciou a aquisição da empresa InterBancos por 1,1 bilião de Meticais na expectativa de comprar o hardware e o software que possibilita o uso de POS´s (Point of Sale) e ATM´s (Automatic Teller Machine) dos bancos diferentes comerciais em Moçambique.Paulo Sousa, é um dos representantes da Caixa Geral de Depósitos, banco estatal português, que é o acionista maioritário do BCI, esteve activamente envolvido nas negociações na qualidade de Administrador da SIMO onde o BCI é acionista assim como na InterBancos onde o BCI era sócio maioritário com 57 por cento do capital social.“(…)Os accionistas da sociedade InterBancos (BCI, Standard bank e outros) que venderam a plataforma à SIMO não passaram os direitos que estavam associados com a compra da InterBancos pela SIMO. Os valores foram pagos na totalidade com a expectativa que finalmente ter-se o controle e o que se passa neste momento é que a SIMO nesta transacção não tem nada” revelou o Governado do BM, Rogério Zandamela, em Audição Parlamentar em Novembro de 2018.

 

Joffre Justino