China
25 Novembro 2020 20:58
A China chama o embaixador brasileiro após um tweet do filho do Presidente do Brasil
Assim o embaixador brasileiro em Pequim encontrou-se na terça-feira com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, um dia após Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, abaixo na ...
Joffre Justino
Diretor / Jornalista
Assim o embaixador brasileiro em Pequim encontrou-se na terça-feira com o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, um dia após Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, abaixo na foto, ter publicado um 'tweet' crítico da China.
Um comunicado do Ministério chinês divulgado hoje, divulga que o embaixador Paulo Estivallet de Mesquita e o vice-ministro Zheng Zeguang ""trocaram opiniões sobre as relações China-Brasil e assuntos de mútuo interesse"".
Zheng Zeguang defendeu que os dois países devem ""implementar de forma séria os importantes consensos alcançados"" pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro numa conversa por telefone entre os dois governantes em março, durante a qual se comprometeram com ""a estabilização e ampliação da parceria comercial"" entre China e Brasil, segundo a embaixada chinesa em Brasília.
De acordo com o comunicado, Paulo Estivallet de Mesquita garantiu que o Brasil está disposto a trabalhar para ""reforçar a comunicação e coordenação nos assuntos internacionais"" com a China, um dia depois do filho do Presidente do Brasil e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, Eduardo Bolsonaro, ter publicado e depois apagado um 'tweet' em que acusava o Partido Comunista Chinês de espionagem e de ser ""inimigo da liberdade"", a propósito da implementação do 5G, a quinta geração de telecomunicações.
Em resposta, a Embaixada da China acusou Eduardo Bolsonaro de produzir ""declarações infames"" e ""mentiras"". ""Apresentámos uma queixa formal junto do Brasil através dos meios diplomáticos"", divulgou a embaixada num comunicado.
Durante a reunião com o embaixador brasileiro, Zheng Zeguang apelou ainda ao reforço da cooperação bilateral na luta contra a pandemia de covid-19.
Jair Bolsonaro tem mostrado oposição à eventual utilização em campanhas de imunização contra o novo coronavírus da Coronavac, potencial vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac, cujos ensaios clínicos estão a decorrer no Brasil.
O Presidente brasileiro comemorou mesmo a suspensão momentânea dos testes da Coronavac em 10 de novembro, após a morte de um voluntário por motivos não relacionados com a vacina.