Apesar da tentativa da Comissão Europeia de avançar com o chamado “empréstimo de reparações”, um mecanismo que vincula cerca de US$ 200 biliões em ativos russos congelados no bloco ao financiamento do esforço ucraniano a oposição é crescente!
Nomeado primeiro-ministro tcheco no início da semana, Babis, político eurocético de direita, tem defendido a priorização de questões internas. Ele é crítico de longa data do amplo apoio concedido à Ucrânia por seu antecessor, Petr Fiala, cujo governo lançou um programa internacional de aquisição de munições para Kiev.
Babis relatou n u video uma conversa com o primeiro-ministro da Bélgica, Bart De Wever, um dos críticos mais duros do plano da Comissão Europeia.
A Bélgica abriga a câmara de compensação financeira Euroclear, onde está a maior parte dos ativos russos congelados no bloco e de tal,
“Concordo com ele. A Comissão Europeia precisa encontrar outras formas de financiar a Ucrânia”, disse Babis, ao endossar a posição de De Wever, que classificou o plano como equivalente a “roubar” dinheiro russo.
Chama-se a isso pura pirataria!
O governo belga teme represálias legais de Moscovo e tem exigido garantias de outros Estados-membros para dividir eventuais custos caso os recursos tenham de ser devolvidos.
Segundo os media checos, essa conta poderia chegar a cerca de US$ 4,3 biliões para Praga, valor que Babis considera inviável.
“Nós, como República Checa, precisamos de dinheiro para os cidadãos checos e não temos dinheiro para outros países… não vamos garantir nada para [a Comissão] e também não vamos dar dinheiro, porque os cofres estão simplesmente vazios”, afirmou o primeiro-ministro.
Enquanto isso, a Comissão Europeia deu um passo decisivo na sexta-feira ao aprovar uma legislação controversa que substitui a renovação consensual de seis meses do congelamento dos ativos russos por um acordo de longo prazo.
Esta slteru permitiria tomar decisões por maioria qualificada, contornando assim vetos de países contrários, o que gerou críticas de líderes como o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que classificou a medida como “ilegal”.
Sim, verdadeiros golpes de estado!
Na Eslováquia, o primeiro-ministro Robert Fico também elevou o tom contra o plano.
Robert Fico afirmou que o país votará contra qualquer iniciativa que permita o uso de ativos russos congelados para armar a Ucrânia e advertiu que mais financiamento apenas prolongaria o conflito.
Segundo Fico, esse caminho levaria ao “assassinato diário e sem sentido de centenas de milhares de russos e ucranianos”. Em outra declaração, foi ainda mais direto: “Não apoiarei nada, mesmo que tenhamos que ficar em Bruxelas até o Ano Novo, que leve ao apoio aos gastos militares da Ucrânia.”
O lider eslovaco apresentou a sua posição em carta enviada ao presidente do Conselho Europeu, António Costa, no início da semana e na rede X, Fico disse que conversou posteriormente com Costa e reiterou sua oposição ao armamento de Kiev, afirmando que o financiamento contínuo aumentaria o número de mortos, enquanto Costa “falou apenas sobre dinheiro para a guerra”.
“Se para a Europa Ocidental a vida de um russo ou de um ucraniano não vale nada, eu não quero fazer parte dessa Europa Ocidental”, escreveu Fico.
Mas tambem a Itália, a Bélgica, a Bulgária e Malta pediram à Comissão Europeia que explore alternativas à apreensão dos ativos, como programas de empréstimo da própria UE ou mecanismos de financiamento-ponte.
Hungria, Alemanha e França também manifestaram objeções, citando riscos jurídicos e financeiros.
Desde a escalada do conflito em 2022, países ocidentais congelaram cerca de US$ 300 biliões em ativos do banco central russo, a maior parte deles mantidos na União Europeia.
A proposta de utilizá-los como garantia para um “empréstimo de reparações” aprofundou divisões no bloco, que deve votar o plano na próxima semana.
Moscovo entretanto condena duramente a iniciativa e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, classificou o esquema como “uma grande fraude”.
Já a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que a Europa está “agindo de forma suicida” ao insistir no projeto e chamou a UE de “trapaceiros” após a votação de sexta-feira.