Esta escolha que acompanha as estratégias de pressão dos Estados Unidos contra a Venezuela é incompatível com o legado do prêmio.
Diante do edifício que abriga o comité responsável pela entrega do Prémio, ativistas de várias nacionalidades denunciaram o que consideram uma afronta ao espírito do Nobel da Paz.
Uma porta-voz de organizações internacionais de solidariedade afirmou à teleSUR: “María Corina Machado não representa paz. Representa agressão militar, imperialismo e intervencionismo. Este premio é falso no contexto da expansão das guerras e das operações militares ocidentais".
A controvérsia também repercutiu dentro da própria Noruega. Apesar de uma parte da sociedade conhecer a realidade venezuelana e o papel dos movimentos sociais bolivarianos, organizações ouvidas pela teleSUR apontaram que a opinião pública norueguesa tem sido moldada pela influência mediática dos Estados Unidos.
A decisão terá gerado desconforto no governo social-democrata do país, já que grande parte dos convidados oficiais da cerimonia integra partidos de direita.
O episódio expõe um choque entre a histórica diplomacia de paz norueguesa e o alinhamento crescente com a agenda geopolítica de Washington.
Mais cedo, diversas organizações civis anunciaram que recorrerão a mecanismos legais disponíveis na Suécia para solicitar a anulação do premio.
Os grupos alegam que María Corina Machado não cumpre os critérios estabelecidos por Alfred Nobel, que determinam a premiação de figuras comprometidas com a fraternidade entre nações, a redução dos exércitos permanentes e o fortalecimento de processos de paz.
Para movimentos sociais e plataformas pacifistas que se mobilizaram em Oslo e em outros países, este premio representa um endosso a lideranças que apoiaram sanções, bloqueios, apelos à intervenção militar e ações de violência política contra a Venezuela.
O episódio, amplamente questionado, reforça um debate internacional sobre o uso político do Nobel da Paz e seus impactos sobre regiões sujeitas a pressões externas crescentes