Pode-se dizer que a alquimia é uma prática mística e proto-científica onde se  combinavam  elementos de química, filosofia, e misticismo, centrados  na busca pela transmutação de metais e na produção do elixir da vida

Seus praticantes, os alquimistas, eram influenciados pela ideia grega de que a natureza é composta pelos elementos terra, água, fogo e ar. 

A alquimia foi sendo uma proto ciência importante na Idade Média, especialmente entre os séculos V e XV mas perdeu influencia com o desenvolvimento da química moderna e a filosofia racionalista do Iluminismo, no século XVIII. 

De qualquer forma se os alquimistas ambicionavam transformar o chumbo em ouro, as diferenças no número de protões (82 para o chumbo e 79 para o ouro) tornavam impossível o sonho.

Foram ainda assim pioneiros na descoberta e no estudo de várias substâncias, como ácidos e sais, fundamentais na química atual.

E deixaram ainda para a posteridade várias técnicas de laboratório usadas até hoje, como a destilação, a calcinação, o banho-maria ou a sublimação.

Transformar chumbo em ouro foi o grande sonho dos alquimistas, que nunca se concretizou e muitas foram as tentativas, desde o século XVII, para encontrar a pedra filosofal, com experiências a envolver os quatro elementos da natureza, terra, ar, água, fogo e diversos metais.

Apesar e inúmeras tentativas ao longo dos séculos, nenhum processo se revelou bem-sucedido.

Agora, mais de 300 anos depois da era da alquimia, os investigadores do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), na Suíça, anunciaram que o Grande Colisor de Hadrões (LHC)transformou finalmente o chumbo em ouro.

A experiência, todavia, não durou mais do que uma fração de segundo e, de acordo com os cientistas, implica um custo demasiado elevado.

No estudo publicado na revista Physical Review C., a equipa de investigadores que participou na experiência ALICE (de A Large Ion Collider Experiment, em inglês) explicou que conseguiu realizar a proeza direcionando feixes de chumbo uns contra os outros, a uma velocidade próxima da luz.

Embora o ouro já tenha sido produzido artificialmente, a experiência ALICE foi a primeira a medir a transmutação de chumbo em ouro.

Os iões, em vez de colidirem frontalmente, passaram de raspão uns pelos outros um intenso campo de luz em redor dos iões criou, então, um impulso de energia na forma de protões, que levou um núcleo do chumbo a ejetar três protões, transformando-o num núcleo de ouro.

A partir daqui os investigadores concluiram que, nesse período, terão sido criados 86 mil milhões de núcleos de ouro.

A maioria dos átomos de ouro, instáveis e de movimento rápido, duraram cerca de 1 microssegundo antes de colidirem com os aparelhos experimentais ou fragmentarem-se noutras partículas.

Os investigadores do CERN não estão propriamente interessados na produção de ouro, o que seria, aliás, uma atividade ruinosa, segundo  os físicos.

A experiência serviu apenas para entender melhor como os fotões podem alterar os núcleos, podendo estes estudos vir a ser úteis para ajudar a melhorar o desempenho do Grande Colisor de Hadrões.

De qualquer forma ficou provado que o grande sonho dos alquimistas não era, afinal um puro delírio e esta antiga busca, conhecida como crisopeia, pode ter sido motivada pela observação de que o chumbo, cinzento baço e relativamente abundante, tem uma densidade semelhante à do ouro, há muito cobiçado pela sua beleza e raridade.

A antiga busca da Alquimia por processos artificiais para converter metais baratos em ouro ficou conhecida como crisopeia.

Com o aparecimento da física nuclear no século XX, descobriu-se que os elementos pesados podiam ser transformados noutros elementos, através de processos naturais, em laboratório ou recorrendo a bombardeamento de neutrões ou protões.

A alquimia, que mesclava conhecimentos de várias áreas, como química, medicina e filosofia, nunca teve estatuto de ciência. Esteve sempre ligada ao misticismo e ao oculto, carecendo de métodos e efeitos comprovados.