O Ministério do Interior angolano classificou como “ações criminosas” os eventos ocorridos “desde as primeiras horas” desta segunda-feira, 28.07, pois “representam um ataque ao Estado democrático e de direito”, sabendo-se que ja foram presos mais de 200 cidadaos.

“Essas ações criminosas que atentam contra a estabilidade pública representam um ataque ao Estado democrático e de direito e ao bem-estar dos cidadãos”, salienta-se num comunicado lido na televisão nacional. 

Segundo o Ministério do Interior, “são atos premeditados de sabotagem e intimidação que não serão, em hipótese alguma, tolerados, pelo que as autoridades estão a tomar todas as medidas necessárias para a manutenção da ordem e tranquilidade públicas, bem como para identificar, responsabilizar e levar à justiça os mandantes e executores desses atos deploráveis”. 

As autoridades angolanas reafirmam que “a situação de segurança pública é estável e apela à população para que se abstenha de participar ou incentivar esse tipo de ações e que colabore com as autoridades denunciando quaisquer atividades suspeitas”. 

Os protestos irromperam durante o primeiro de três dias de paralisação dos taxistas contra o aumento dos combustíveis, com milhares de pessoas na rua, atos de violência e vandalismo, pilhagens e ataques a autocarros. 

O organizador da manifestação que fora raptado, reapareceu e “disse que tinha sido coagido pelas autoridades e na manhã do mesmo dia, proclama a manifestação”, acrescentou.

Barricadas, muitas artérias da cidade bloqueadas quase  impossível haver qualquer tipo de circulação tendo acontecido lojas vandalizadas, e muitos carros destruídos.

“A atual situação de segurança em Luanda é objeto de monitorização e acompanhamento próximo por parte da representação diplomática de Portugal em Angola, em contacto com as competentes autoridades angolanas e com os parceiros da UE”, lê-se no comunicado publicado na página oficial do consulado angolano que aconselha os cidadãos portugueses a manterem “prudência e vigilância”, e sugere a adesão ao canal WhatsApp do Consulado-Geral de Portugal em Luanda.

No dia em que os "azuis e brancos", como são conhecidos, decidiram não colorir as estradas de Luanda e demais províncias do país, o primeiro dos três dias de "paralisação pacífica", convocada por associações de taxistas, ficou pois marcada por atos de vandalismo nos diversos bairros da capital angolana.

Desde as primeiras horas de hoje que vários cidadãos se queixaram de dificuldades para circular e chegar ao local de trabalho, devido à falta de táxis ja que transporte publico é coisa que quase nao existe e daí a revolta da Cidadania!

Por isso muitos caluandas  tiveram  de caminhar longas distâncias e oude aguardar por mais de três horas nas paragens.

Em toda a extensão da Avenida Fidel de Castro, estrada direita de Viana, Quilometro 30, município de Cacuaco, zona do Camama e Calemba 2 era possível ver um número considerável de pessoas nas paragens enquanto outras caminhavam devido à falta de transporte.

Nas paragens de transportes coletivos a procura por autocarros mais do que duplicou.

Algumas lojas de postos de abastecimento de combustível também foram vandalizadas, sendo que de vários pontos de Luanda surgem relatos de manifestações espontâneas, inclusive de moto taxistas, que em grupo chegaram até às imediações da sede do Governo de Luanda, mas foram travados pela polícia, na sequência de disparos.

À Lusa, o taxista Joaquim Catimba, que no município de Viana, juntamente com os colegas decidiram cruzar os braços em apoio à greve, recordou que a paralisação, que deve decorrer até quarta-feira, é um protesto contra o aumento do preço dos combustíveis e nova tarifa do táxi, bem como pela exigência de mais respeito pela classe.

Os "azuis e brancos", como são conhecidos os taxistas em Luanda, exigem melhores condições e protestam contra o aumento dos combustíveis.

O Governo Provincial de Luanda (GPL) disse hoje que "acompanha com elevada preocupação" o vivido  no primeiro dia de paralisação dos taxistas, marcado por ações de vandalismo.

Segundo o GPL, os distúrbios e atos de vandalismo foram promovidos por "grupos de indivíduos não identificados e sem legitimidade representativa da classe dos taxistas", apesar de as principais associações e cooperativas terem cancelado oficialmente a paralisação durante o fim de semana, após diálogo com as autoridades.

O Governo condenou os atos de intimidação, vandalismo e agressão, e garantiu que as forças da ordem estão no terreno para restabelecer a normalidade e identificar os autores dos crimes.

O protesto dos taxistas decorre da subida do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro, no âmbito da retirada gradual do subsídio aos combustíveis.

Em resposta, a ANTT actualizou as tarifas: os táxis coletivos passaram de 200 para 300 kwanzas e os autocarros urbanos de 150 para 200 kwanzas.

Os taxistas afirmam que o Governo ignorou os seus apelos durante mais de 15 dias.

Entre outras queixas, apontam o aumento das peças de manutenção, a remoção de paragens sem aviso prévio e a falta de vontade do Executivo em formalizar a atividade de táxi.

O presidente da Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola, Rafael Inácio, condenou os atos de vandalismo e o aproveitamento político da greve, apesar de afirmar solidariedade com a ANATA, a associação promotora da paralisação.

"Se é uma paralisação ordeira e pacífica, não deve haver vandalismo nem aproveitamento político", disse.