Quando questionado se todo o Governo está solidário com a ministra, como afirmou na quarta-feira Paulo Rangel, Leitão Amaro respondeu afirmativamente.
"Todos no Governo sabemos isto: se há alguém no Governo que herdou uma herança pesada, e que tem feito, e tem que fazer, e vai continuar a fazer um trabalho hercúleo para resolver um problema dramático deixado no Serviço Nacional de Saúde, se há alguém que essa herança pesada, mas a capacidade, a confiança para a resolver, é seguramente a ministra da Saúde Ana Paula Martins", disse.
Para este ainda ministro da Presidência as perguntas insistentes sobre uma eventual remodelação governamental fazem parte de um "exercício mediático, de especulação, que começa e acaba aí", defendendo que os portugueses esperam do Governo "medidas concretas".
"E deixar a especulação mediática onde ela está, e vai ficar. Como espuma que é, vai passar, e vai rebentar, e vai desaparecer em pouco tempo", vaticinou.
"Ainda há situações onde as coisas não funcionam como desejamos? Há. Reconhecemo-las, reconhecemos com humildade que temos que fazer mais, todos nós, mas já temos resultados", defendeu e lembrou a realização de mais cirurgias do que no ano passado ou a redução nas listas de espera acima do tempo máximo de resposta garantida, bem como o aumento das consultas hospitalares.
O ministro fez questão de salientar que "não são especulação" os problemas registados no SNS (e as perguntas e notícias sobre os mesmos), mas as questões que envolvem a continuidade da ministra.
"Enquanto houver pessoas em Portugal que não são atendidas com o acesso, a qualidade e a celeridade que devem, nós não podemos estar satisfeitos. O que é que fazemos perante isso? Não nos lançamos em discussões mediáticas, estéreis, que são normais do espaço mediático e que não existem no Governo. O que é que dizemos? Dizemos aos portugueses aquilo que nos cabe, que é fazer. E que a senhora ministra da Saúde tem e vai continuar a fazer, que é trazer resultados de melhoria", disse.
Questionado sobre os alertas deixados pelo Presidente da República que pediu um pacto sobre saúde e alertou para a falta de uma estratégia de longo prazo, Leitão Amaro defendeu que o Governo está a tomar medidas com vários alcances, sem nunca se referir diretamente a Marcelo Rebelo de Sousa.
"Nós estamos a fazer tudo, por isso é que o Plano de Emergência se chamava Plano de Emergência e Transformação, com coisas de curto prazo e com coisas de médio e longo prazo", defendeu.
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