O encontro, que decorre entre 10 e 21 de novembro durante a COP30, quer fazer da arte um catalisador de consciência e transformação ecológica num planeta que já ultrapassou o limite crítico de +1,5°C.
Entre os artistas que emprestam a sua voz e sensibilidade a esta causa estão nomes de peso como Olafur Eliasson, Ernesto Neto, Cristina Iglesias, Julian Charrière, Renata Padovan, John Gerrard, Néle Azevedo, Moffat Takadiwa, Anaïs Tondeur e Marcus Coates. Todos partilham a mesma convicção: a cultura é uma força ativa de transição e adaptação, capaz de mobilizar emoções e inspirar ações concretas.
A Art of Change 21, fundada em 2014 por Alice Audouin e apadrinhada por Eliasson, tem sido pioneira em conectar a arte contemporânea aos desafios ambientais através de exposições, oficinas e intervenções em mais de vinte países. A organização, reconhecida oficialmente como ONG observadora nas COPs, foi uma das signatárias da Climate Heritage Network Call to Action e é hoje membro do movimento 1% for the Planet.
Já a Labverde, nascida em plena floresta amazónica e dirigida por Lilian Fraiji, é uma plataforma de diálogo entre arte, ciência e saberes indígenas. Os seus programas — Lab.Sonora, Fungi.Cosmology e Speculative Ecologies — exploram o vivo e a justiça climática, oferecendo à Amazónia uma nova voz através da criatividade e da investigação interdisciplinar.
A COP30 marca também um ponto de viragem histórico: a cultura entra oficialmente na agenda climática das Nações Unidas. Depois da Declaração de Barcelona e do Group of Friends for Culture-Based Climate Action, lançados na COP28, a arte passa a ser reconhecida como parte integrante da ação climática global.
Mais do que um evento, United Artists for Climate é um apelo à imaginação coletiva e à responsabilidade partilhada. Como escreveu Olafur Eliasson, “a arte é um laboratório de perceção — e a perceção é o primeiro passo da mudança”.
Fontes:
Art of Change 21 – https://artofchange21.com
Labverde – https://labverde.com
ONU Clima / COP30 – https://unfccc.int
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