Estes estudantes fazem parte do universo de cerca de 420 mil inscritos em instituições portuguesas de ensino superior, públicas e privadas, no ano lectivo de 2022/2023.

O que representa um aumento flagrante – cerca de 5% – em relação ao inquérito anterior, no qual a percentagem de estudantes que reportaram lidar com problemas de saúde mental rondava os 4,4%.

Não duvidamos que os números reais e não declarados de depressões e casos de ansiedade ultrapassam em muito os 9%. A sociedade capitalista, com o seu apego feroz à competição, à luta pelas notas escolares, pela carreira, pelo estatuto, pelo alcançar da classe burguesa e das riquezas que os pais exercem nos filhos como forma de pressão inaudita, de chegar aos postos de poder, destrói os neurónios e os sentimentos dos estudantes.
As lavagens ao cérebro diárias vindas dos media, da internet e agora, cada vez mais, da Inteligência Artificial, tornam-nos ora carneiros dóceis, ora temíveis predadores. Só uma educação verdadeiramente voltada para o conhecimento integral, para a sabedoria, para a liberdade, para a vida e ainda para a cooperação e para a ajuda mútua e um apoio psicológico e psiquiátrico anti-capitalista salvarão as pessoas e permitirão sair desta sociedade cruel.
Aires Esteves