Para o municipio  justificam-se  razões de segurança e salubridade para destruir  o bairro em nome de crianças imagine-se que ficaram agora sem habitação

O Bairro do Talude Militar, é agora  alvo de uma desastrosa limpeza e estão a ser retirados os destroços que se acumularam após a demolição das casas construídas pelos moradores.

A autarquia volta a sublinhar que só 14 das 55 famílias aceitaram o apoio social.

A Câmara de Loures garante que está a apoiar 14 das 36 famílias desalojadas no Bairro do Talude Militar. A autarquia diz que 27 famílias não procuraram apoio social ou não manifestaram interesse nas soluções apresentadas.

Até quarta-feira "dos 36 agregados familiares atendidos pelos serviços de ação social, 14 estão a receber apoio da Câmara Municipal de Loures, 14 indicaram ter encontrado alternativa habitacional junto de familiares ou amigos, um recusou o apoio disponibilizado e 7 não manifestaram interesse nas soluções apresentadas", disse apressadamente a Câmara em comunicado.

Dos 36 agregados atendidos pelos serviços de ação social da Câmara 69 eram adultos e 46 eram menores.

Mas, algumas das famílias tiveram outras alternativas ou não aceitaram as soluções propostas

As famílias que estão a receber apoios têm a cargo 31 menores.

Mas, a Câmara também sublinha na nota que das 55 famílias que ocupavam as construções precárias, entretanto, demolidas, "19 não procuraram apoio social".

A câmara iniciou na sexta-feira uma ação de limpeza no Talude e reafirma que "todas as pessoas visadas [pelas demolições] foram previamente informadas e acompanhadas, tendo o apoio social estado sempre disponível antes, durante e depois da operação".

A autarquia liderada pelo socialista Ricardo Leão pediu uma reunião de emergência ao Governo.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, considerou esta sexta-feira, 18.07,  que é urgente fazer um levantamento atualizado do número de casas precárias ilegais ou dos bairros abarracados que existem no país.

À entrada para a sessão inaugural de uns  ridiculos 16 fogos de habitação a custos controlados, no concelho de Anadia, Pinto Luz destacou que o próprio Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) tem situações dessas.

"Nós estamos a fazer esse levantamento. Caberá a todos, aos municípios em conjunto com o IHRU e com o Estado Central, encontrarmos formas de fazer esse balanço", sustentou.

Aos jornalistas disse ainda que o Governo tem colocado à disposição, em termos de orçamento, "o maior investimento em habitação pública desde o 25 de Abril" de 1974.

De acordo com o ministro das Infraestruturas e Habitação, esta "revolução" não acontece de um dia para o outro e "não se resolve em dois dias", "nem num ano".

No Bairro do Talude Militar, vários habitantes estão a tentar recolher da melhor forma os seus bens e pertences. No local, várias máquinas estão a recolher entulho.