O salário médio dos trabalhadores portugueses subiu mais de 6% em 2024, face ao ano anterior.

O  Instituto Nacional de Estatística (INE), diz-nos que o ordenado médio ultrapassou a fasquia dos 1.600 euros brutos por mês. Houve um aumento mesmo em termos reais, isto é, descontando o aumento dos preços.

Nesse caso, de 3,8%. “Em 2024, a remuneração bruta total mensal média por trabalhador aumentou, em relação a 2023, para 1.602 euros (6,3%), a componente regular para 1.294 euros (6,4%) e a componente base para 1.213 euros (6,2%)”, informa o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.

Mas nao escondamos a realidade a média da UE para salários brutos mensais é de 3.155 euros. Salários médios anuais brutos na UE:

  • Alemanha: 4.250 euros mensais.
  • França: 3.555 euros mensais.
  • Itália: 2.729 euros mensais.
  • Espanha: 2.716 euros

Assim com 22.933 euros de salário médio anual ajustado, Portugal ocupa o 18º lugar da UE em 27 !

No que concerne ao salários mínimos na UE:

  • Luxemburgo: 2.638 euros mensais.
  • Irlanda: 2.282 euros mensais.
  • Países Baixos: 2.193 euros mensais.
  • Alemanha: 2.161 euros mensais.
  • Bélgica: 2.070 euros mensais.
  • França: 1.802 euros mensais.
  • Portugal: 870 euros mensais.
  • Bulgária: 551 euros mensais. 

Mas olhando para o PIB per capita de 2024, o PIB per capita de Portugal foi de 82% da média da UE, segundo o Eurostat. E assim  Portugal está  no décimo lugar dos países com menor PIB per capita na UE, com o valor de 82% da média comunitária.

A média da UE é de 37.600€ por pessoa, enquanto o PIB per capita de Portugal é de 31.100€. Ha pois uma significativa maior concentração da riqueza em Portugal que na media da UE.

E o secretário-geral do PCP discursou esta quarta-feira precisamente a famosa spinum/Espinho, ão resistiu a falar do “nheca-nheca” para criticar aqueles que recusam aumentar salários.

Num comício no Fórum de Arte e Cultura de Espinho, Paulo Raimundo começou por avisar que seria fácil “encontrar umas piadolas” sobre o concelho onde esteve sediada a empresa do primeiro-ministro, Luís Montenegro, a Spinumviva.

“Seria fácil fazer uns trocadilhos sobre Espinho. Só que o povo desta terra, os pescadores, os operários, aqueles que cá vivem e cá trabalham em Espinho não merecem trocadilhos, não merecem piadolas”, disse, vincando que a CDU não confunde a árvore com a floresta.

Mais tarde no discurso, Paulo Raimundo, quando criticava aqueles que “enchem a boca com os países desenvolvidos” e com Portugal “na primeira linha” e no “pelotão da frente” e “Portugal nhã, nhã, nhã”, não resistiu a falar do “nheca-nheca”, expressão que usou no debate com André Ventura, líder do Chega.

“Não vou fazer o nheca-nheca agora”, começou por dizer, para, perante uma plateia cheia, voltar atrás: “Está bem, vá, o Portugal do nheca-nheca”, soltando uma risada generalizada do público.

Para o líder comunista, esse mesmo Portugal que tem o “nheca-nheca” na boca deveria explicar “se há algum país desenvolvido, se há algum país no sentido do progresso cujos salários sejam salários miseráveis e salários muito baixos”.

“É do interesse dos trabalhadores o aumento dos salários, mas é também do interesse da economia e do país a elevação geral de todos os salários, a valorização das carreiras e das profissões”, vincou.

Já antes no discurso, Paulo Raimundo tinha falado da urgência desse aumento de salários, que considerou a grande “emergência nacional”.

“E não é uma emergência lá para 2029, porque se fosse para 2029 não se chamava emergência”, criticou, fazendo referência às propostas do PS de salário mínimo de 1110 euros para 2029 e da AD de 1100 euros para o mesmo ano.

Na perspetiva do secretário-geral do PCP, essa proposta chama-se “empurrar com a barriga”, que a CDU recusa.

“Ora, nós nem temos barriga – alguns – nem temos nada para empurrar. Agora é que é preciso aumentar os salários”, disse, perante risos da plateia.

É neste contexto que questionamos a questão da representatividade patronal e sindical!

Urge exigir que a representatividade seja legalmente reconhecida para dar credibilidade aos acordos de concertaçao social hoje uma autentica desacreditadas

Com base na eleição nas organizações da comissoes de hst pode-se determinar a representatividade patronal e sindical que deveria ser transformada em voto em concertação

Na verdade nao se trata de duvidas mas de certezas - a representatividade atual é uma farsa! Ora nada como exigir novas regras com uma greve geral!