“Se o governo Trump está a violar o direito internacional ao atacar pessoas com uma força imensamente desproporcional no Mar do Caribe — ou seja, execuções extrajudiciais, como diz a ONU — por que a OEA não se reúne para estudar esse problema de violações sistemáticas dos direitos humanos no Caribe?”, escreveu Petro.
O presidente colombiano também cobrou ação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), com sede em Washington, e questionou o motivo da ausência de medidas preventivas. “Por que não há medidas preventivas por parte da Comissão Interamericana de Direitos Humanos em Washington? Existe receio de aplicar os mesmos padrões em todo o continente? O que explica o silêncio dos progressistas e dos governos?”, indagou.
Petro apontou ainda a contradição do governo estadunidense em relação aos compromissos assumidos no campo dos direitos humanos. “A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, assinada pelos Estados Unidos, é unilateral? Ela se aplica apenas aos países da América Latina e do Caribe, e não a todo o continente americano?”, provocou.
Nos últimos meses, os Estados Unidos intensificaram a presença militar no Mar do Caribe, alegando a necessidade de combater o tráfico de drogas.
No entanto, diversos governos da região têm denunciado que tais operações escondem interesses políticos e geoestratégicos, voltados para reafirmar a influência de Washington e controlar rotas marítimas.
Relatórios independentes e análises de especialistas indicam que as manobras navais, sobrevoos e deslocamentos de navios de guerra estadunidenses têm caráter de provocação e servem como instrumento de pressão sobre países da região, especialmente a Venezuela.
Petro, por sua vez, rejeita qualquer tentativa de associá-lo ao narcotráfico e reforça que a luta pela soberania latino-americana exige uma postura crítica diante das ações militares unilaterais dos Estados Unidos.