A desculpa usada para justificar essas ações, sem julgamento prévio, é uma suposta ligação com o "Trem Aragua", que serve para fortalecer os acordos políticos e economicos entre os governos de El Salvador e dos Estados Unidos , como parte de um bloco de extrema direita na região.
Enquanto isso, o documento acentua o histórico de crimes cometidos pelo governo de Nayib Bukele contra seu próprio povo, o que transformou El Salvador em um laboratório de violência e repressão policial e prisional.
O texto realça que centros de detenção, como a Baía de Guantánamo e agora prisões em El Salvador, estão sendo usados como centros internacionais de tortura para criminalizar e processar protestos e pobreza.
Isso é uma agenda mais ampla do capitalismo, que busca criminalizar a população migrante do sul global , tratando-a como inimiga de guerra.
Isso leva à punição coletiva, negando aos migrantes pobres os seus direitos básicos e expondo-os a expulsões arbitrárias, expropriação de propriedades e separação familiar forçada.
Eis o comunicado
Do Congresso dos Povos, solidarizamo-nos com o povo irmão bolivariano da Venezuela diante do recente sequestro de 238 compatriotas pelo governo dos Estados Unidos e sua prisão ilegal em El Salvador; bem como o tratamento de guerra que os migrantes da classe trabalhadora sofreram nos Estados Unidos e na Europa.
A desculpa, sem julgamento prévio, de serem membros do "Tren de Aragua" serviu para formalizar os acordos políticos e economicos entre os governos de El Salvador e dos Estados Unidos, como parte de um bloco de extrema direita na região. Estamos muito cientes dos crimes que o governo Bukele cometeu contra seu povo, transformando El Salvador em um laboratório de violência e repressão policial e prisional.
Centros de detenção — como o de Guantánamo e agora as prisões de El Salvador — estão servindo como centros internacionais de tortura para criminalizar e processar protestos e pobreza.
Hoje, o capitalismo conseguiu posicionar a criminalização da população migrante do sul global como uma de suas principais agendas governamentais, tratando-os como inimigos em uma guerra.
Isso levou à punição coletiva, negando direitos à população migrante pobre e expondo-a a expulsões arbitrárias, expropriação de propriedades e separação familiar forçada.
A face fascista que o império nos mostra descaradamente hoje só pode ser enfrentada com organização e luta popular internacionalista.
Vale lembrar que a migração massiva de venezuelanos foi provocada como parte do pacote golpista contra o governo e o processo bolivariano e chavista.
Assim como a migração de países pobres, ela também tem sua causa principal nas graves consequências da implementação do sistema capitalista e dos pacotes neoliberais.
Na maioria dos casos, os migrantes tiveram que se oferecer como mão de obra barata em países do Norte Global, em um esforço para superar as dificuldades impostas a eles pelo sistema capitalista.
Junto com nosso repúdio, convocamos organizações sociais e de base a se manifestarem contra essa política fascista que atualmente se expressa em todo o bloco imperial.
Não podemos permanecer em silêncio exigindo "dignidade" diante de deportações criminosas, enquanto suas empresas e exércitos continuam explorando o povo e a Mãe Terra de nossas nações impunemente.
Exigimos que o governo colombiano demonstre apoio real à soberania nacional, como a expulsão das bases militares dos EUA e a ruptura com o modelo extrativista e rentista liderado pelas corporações transnacionais.
Reafirmamos nossa solidariedade e compromisso bolivariano com o povo venezuelano. Não nos cansaremos de construir caminhos de unidade e dignidade na Nossa América e no mundo.
Colômbia, 20 de março de 2025
Vale realçar que as comunidades indígenas, que compreenderam a necessidade de articular as suas reivindicações a nível nacional, foram o catalisador para o Congresso dos Povos em 2010.
O Congresso já se reuniu três vezes, com 15 a 20 mil pessoas organizadas por delegação.
O que chamamos Poder Popular é criado diariamente através das acções de organizações camponesas, governos tradicionais negros ou indígenas, e movimentos regionais organizados.
O Congresso dos Povos acolhe enormes sessões ao reunir povos negros e indígenas, comunidades camponesas, organizações de mulheres e sindicatos, partidos políticos, prisioneiros políticos, grupos LGBTI, centros de investigação, e activistas. Todos eles propõem a construção de mandatos populares e procuram tornar-se o Congresso soberano da Colômbia.
ORa a Legislação do Povo abrange todos os domínios, pelo que apresentamos uma série de mandatos:
O acima exposto resulta do trabalho em mandatos populares em Congresso.
O Congresso dos Povos tem, desde o seu início, entendido que uma vida digna só é alcançável no quadro da luta internacionalista e da mudança sistémica global.