À TV 247, e ao jornalista Leonardo Attuch, o professor João Cezar de Castro Rocha fez uma análise contundente sobre a escalada de violência associada ao bolsonarismo no Brasil.

Com base em eventos recentes, como o atentado a bomba próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), Rocha traçou um panorama que relaciona a guerra cultural promovida pelo movimento e sua transformação em atos de terrorismo doméstico.

“Eu preferia estar errado, mas infelizmente antecipei muito do que está ocorrendo”, afirmou o professor.

O caso de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, que morreu ao tentar realizar um atentado em Brasília, é um exemplo mencionado pelo acadêmico.

Rocha enfatizou a necessidade de se afastar do “episódico” para observar o “estrutural”:

“Precisamos nos afastar do episódico, do Francisco Wanderley Luiz, e olhar para o estrutural”.

Segundo a Agência Brasil, um dos irmãos de Tiü França revelou que o chaveiro estava obcecado por política, participava de acampamentos em rodovias e tinha um comportamento irreconhecível após as eleições presidenciais de 2022.

Francisco interagia com grupos extremistas na internet, que alimentavam seu discurso de ódio.

O professor destacou que o bolsonarismo, embora seja um movimento reacionário e de extrema-direita, não poderia ser definido inicialmente como terrorismo.

“O bolsonarismo é um movimento reacionário e de extrema-direita, que não é necessariamente terrorismo. Mas ele transitou da guerra cultural para uma explosão de violência, que é o terrorismo doméstico”, argumentou.

Rocha apontou que muitos adeptos do movimento ainda acreditam em falsas narrativas, como a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2022.

“Um bolsonarista raiz ainda está convencido de que Bolsonaro venceu as eleições de 2022”, disse ele, destacando o papel central das redes sociais na difusão dessas ideias.

“A extrema direita cresce nas redes sociais porque seu discurso é violência simbólica e negação da alteridade. E isso é favorecido pela lógica das redes sociais”, explicou