“Eu preferia estar errado, mas infelizmente antecipei muito do que está ocorrendo”, afirmou o professor.
O caso de Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, que morreu ao tentar realizar um atentado em Brasília, é um exemplo mencionado pelo acadêmico.
Rocha enfatizou a necessidade de se afastar do “episódico” para observar o “estrutural”:
“Precisamos nos afastar do episódico, do Francisco Wanderley Luiz, e olhar para o estrutural”.
Segundo a Agência Brasil, um dos irmãos de Tiü França revelou que o chaveiro estava obcecado por política, participava de acampamentos em rodovias e tinha um comportamento irreconhecível após as eleições presidenciais de 2022.
Francisco interagia com grupos extremistas na internet, que alimentavam seu discurso de ódio.
O professor destacou que o bolsonarismo, embora seja um movimento reacionário e de extrema-direita, não poderia ser definido inicialmente como terrorismo.
“O bolsonarismo é um movimento reacionário e de extrema-direita, que não é necessariamente terrorismo. Mas ele transitou da guerra cultural para uma explosão de violência, que é o terrorismo doméstico”, argumentou.
Rocha apontou que muitos adeptos do movimento ainda acreditam em falsas narrativas, como a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2022.
“Um bolsonarista raiz ainda está convencido de que Bolsonaro venceu as eleições de 2022”, disse ele, destacando o papel central das redes sociais na difusão dessas ideias.
“A extrema direita cresce nas redes sociais porque seu discurso é violência simbólica e negação da alteridade. E isso é favorecido pela lógica das redes sociais”, explicou