"Neste momento, a maioria dos portugueses não consegue aceder a uma habitação digna", mostra como exemplo

Para o candidato presidencial António Filipe a Constituição não precisa de ser revista, mas tem de ser cumprida, sublinhando que há direitos fundamentais nela consagrados "claramente postos em causa".

Numa visita ao presépio ao vivo de Priscos, em Braga, António Filipe disse ainda que o programa de um Presidente da República deve ser o cumprimento da Constituição.

"A Constituição não precisa ser revista. Aliás, não é incumbência do Presidente da República exigir revisões constitucionais. O Presidente da República concorre ao cargo, candidata-se a um cargo no quadro da Constituição que temos e não no quadro de outra Constituição. E esta Constituição deve ser cumprida", afirmou.

"Neste momento, a maioria dos portugueses …, não tem dinheiro para comprar uma casa, para suportar as prestações que lhe são exigidas pela especulação imobiliária", exemplificou.

António Filipe nao esqueceu  ainda os direitos dos trabalhadores, que "estão claramente postos em causa" pela precariedade, pelos salários "escandalosamente baixos", por um salário mínimo "inaceitável", por um valor médio dos salários "muito abaixo daquilo que seria justo e necessário" e referiu também ao direito à saúde, que está "a ser negado constantemente, com crianças a ter de nascer nas ambulâncias e com urgências obstétricas fechadas e com tantos cidadãos sem acesso a médico de família".

Noutro domínio, António Filipe apelou a que, uma vez terminados os debates entre os vários candidatos, daqui para a frente, na campanha, "não se ultrapassem limites éticos e limites de decência no debate político”, limites que, aliás, nos debates foram "claramente" ultrapassados.

António Filipe aproveitou ainda para voltar a criticar a mensagem de Natal do primeiro-ministro, na qual Luís Montenegro defendeu que Portugal vive um momento de viragem em que tem de trocar a "mentalidade do deixar andar" pela da superação, apontando o futebolista Cristiano Ronaldo como exemplo do espírito de afirmação pela excelência.

"Eu acho que isso é um discurso motivacional sem sentido", referiu, apontando que os trabalhadores portugueses não são valorizados no seu país, em termos de salários, de condições de trabalho e de carreiras.

"Agora, aquilo que nós vemos é que o pacote laboral proposto pelo Governo, precisamente presidido por Luís Montenegro, avança com uma proposta que visa fragilizar ainda mais os direitos dos trabalhadores e pressionar para baixos salários. E, portanto, não é perante políticas destas que discursos de natureza motivacional conseguem resolver os problemas nacionais", rematou.

A candidata presidencial Catarina Martins recorda entretanto que "Há já um Presidente da República que promulgou, em silêncio, o que não podia ter promulgado e o que não podia nunca ter ficado em silêncio. Entra em vigor, no dia 1 de janeiro, uma alteração legal que diz que, a partir de agora, um trabalhador pode ser declarado à Segurança Social só no momento em que começa a trabalhar

Criticou este sábado o Presidente da República por ter promulgado e ficado "em silêncio" sobre uma alteração legislativa proposta pelo Governo sobre Segurança Social que considera ser "bar aberto" à ilegalidade dos trabalhadores.

A candidata presidencial Catarina Martins afirmou que "Há já um Presidente da República que promulgou, em silêncio, o que não podia ter promulgado e o que não podia nunca ter ficado em silêncio. Entra em vigor, no dia 1 de janeiro, uma alteração legal que diz que, a partir de agora, um trabalhador pode ser declarado à Segurança Social só no momento em que começa a trabalhar", condena

A candidata presidencial Catarina Martins criticou este sábado o Presidente da República por ter promulgado e ficado "em silêncio" sobre uma alteração legislativa proposta pelo Governo sobre Segurança Social que considera ser "bar aberto" à ilegalidade dos trabalhadores., referindo-se a uma alteração ao Código dos Regimes Contributivos do Sistema Previdencial de Segurança Social, que foi promulgada a 3 de dezembro e entra em vigor no primeiro dia de 2026.

Quanto ao  candidato presidencial António José Seguro este prometeu este sábado, 27.12,  que, como Presidente da República, promoverá "relações adultas entre órgãos de soberania", afirmando que desde o fim dos debates tem sentido aumentar o "movimento de esperança" em torno da sua candidatura.

Apear da chuva que se fez sentir esta tarde em Lisboa, Seguro e os seus apoiantes percorreram a feira de Natal Wonderland, que tinha poucas pessoas devido às condições climatéricas, e, nas declarações aos jornalistas, o candidato presidencial apoiado pelo PS considerou que "campanha molhada é campanha abençoada".

"O Presidente da República, na forma como eu entendo que deve ser a sua ação e a sua interpretação, não comenta as mensagens de Natal do primeiro-ministro e, se tiver alguma coisa que dizer ao primeiro-ministro, diz em privado, diz nas reuniões das quintas-feiras", respondeu, de novo instado a comentar a mensagem de Luís Montenegro.

Seguro defendeu que se deve "cultivar relações adultas entre órgãos de soberania".

Questionado sobre as declarações deste sábado do antigo presidente do Parlamento Augusto Santos Silva de que o antigo líder do PS é "quem mais se aproxima" de "preencher requisitos mínimos" como Presidente da República, Seguro mostrou-se "muito contente" com os apoios que tem recebido "todos os dias".

"Todos os dias chegam apoios. A forma como cada um manifesta esse apoio é com cada qual", valorizando o movimento de "democratas, progressistas e humanistas" que "se está a transformar num movimento de esperança".

O candidato apoiado pelo PS tem expectativa que os apoios continuem a crescer porque "é isso que as sondagens dizem" e é aquilo que diz sentir "junto da população".