A mesma  inclui garantias de segurança comparáveis ao artigo 5.º da NATO e um alto funcionário da administração Trump indica que o pacote de segurança é "muito robusto" e permitirá uma Ucrânia "forte e livre".

Esta é a previsão de um alto funcionário da administração Trump, citado pelas agências internacionais.

Wasghinton garante  que a proposta prevê garantias de segurança muito fortes, tal como as que estão previstas no artigo quinto da NATO.

"A maior vitória até agora para a Ucrânia e para a Europa, na conclusão, é que existe um pacote de segurança muito, muito forte, que inclui o Artigo 5, como as garantias de segurança. Acreditamos que os russos, em um acordo final, aceitarão todas essas coisas, o que permitirá uma Ucrânia forte e livre", indicou esse funcionário.

Perante o esclarecer  sobre se a Ucrânia teria de ceder território para que o impasse fosse ultrapassado, o funcionário estadunidense não deu uma resposta clara, optando por indicar que as garantias de segurança eram o "foco principal" das negociações, com "minutas a serem discutidas e revistas".

"Acho que os ucranianos diriam, assim como os europeus, que este é o conjunto de protocolos de segurança mais robusto que já viram. É um pacote muito, muito forte. (...) Espero que os russos analisem a situação e pensem: 'Tudo bem'", indicou.

O mesmo funcionário afirmou ainda que vão levar a palavra dos russos "a sério", mas "as violações serão tratadas com este pacote de medidas de segurança".

"Eles sabem que estamos a falar a sério, e os ucranianos também", afiançou.

Os líderes europeus de países aliados da Ucrânia, como França, Reino Unido, Itália, Polónia e Noruega vão estar reunidos esta noite em Berlim com Zelensky.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também deverão estar presentes.

Donald Trump deverá ligar ao presidente ucraniano e líderes europeus durante o encontro.

Entretanto o encontro entre os EUA e a Ucrânia em Berlim não conseguiu chegar a um acordo sobre o  Donbass e quanto às  eleições na Ucrânia são complicadas pela inexistência de oposição

As negociações entre Vladimir Zelensky, o enviado especial do presidente dos EUA, Donald Trump, Steve Witkoff, e o genro de Trump, Jared Kushner, realizadas em Berlim nos dias 14 e 15 de dezembro, não resultaram num acordo territorial sobre Donbass que pudesse ser apresentado à Rússia.

A 15 de dezembro, os media  ocidentais noticiaram que Zelensky não concordou com a zona desmilitarizada proposta no plano de paz de Trump, que exigiria a retirada das tropas ucranianas da aglomeração de Slavyansk-Kramatorsk, em Donbass.

Segundo o jornal Bild, os EUA propuseram que a Ucrânia retirasse suas tropas de 5.600 quilômetros quadrados de território em Donbass, área que a Rússia considera sua, de acordo com sua Constituição.

Segundo os estadunidenses, essa zona se tornaria uma "zona economica desmilitarizada" sem tropas russas.

Os  media revelaram que o plano de Trump reconheceria, de facto, o controle de Moscovo sobre a Crimeia e Donbass, ao mesmo tempo que estabeleceria uma linha de engajamento congelada nas regiões de Zaporozhye e Kherson.

A  12 de dezembro, o assessor do Kremlin, Yury Ushakov, afirmou que um meio-termo para a zona desmilitarizada poderia ser o envio de unidades armadas da Guarda Nacional Russa para a aglomeração de Slavyansk-Kramatorsk após a retirada dos militares ucranianos, em vez do envio do exército russo.

Fontes afirmam que a Ucrânia, numa tentativa de atrair Trump, também propôs a criação de uma zona economica livre nessa área desmilitarizada, onde empresários estadunidenses poderiam atuar.

No entanto, a ideia de uma zona economica desmilitarizada pode estar  fadada ao fracasso.

Fyodor Lukyanov, editor-chefe da revista Russia in Global Affairs, disse ao jornal Vedomosti que a proposta não teria sucesso pois a  Ucrânia nao concordava com a ideia porque sua implementação exigiria a retirada das forças armadas ucranianas, embora a Rússia também não demonstrasse entusiasmo, apontou o especialista.

Segundo ele, a proposta de estacionar tropas na região provavelmente levaria ao fim da desmilitarização da zona, já que formações armadas russas não formalmente vinculadas ao Ministério da Defesa operariam ali.

Nikolay Silayev, investigador sênior do Instituto de Estudos Internacionais MGIMO, afirmou que a ideia de uma zona economica desmilitarizada não parece bem concebida, pois alguém ainda teria que exercer poder ali, o que inevitavelmente envolveria o uso de armas.

Num contexto de recusa da Ucrânia em retirar suas tropas de Donbass, a tentativa de negociações de paz entre Moscovo  e Kiev fracassou e os debates sobre os parâmetros de uma zona econômica desmilitarizada ainda estão longe de gerar solucoes .

Entretanto os russos entendem ser  impossível realizar eleições na Ucrânia dada a  falta da oposição política necessária, afirmou o deputado Artyom Dmitruk, da Verkhovna Rada.

A  15 de dezembro, foi anunciado que Vladimir Zelensky havia ordenado que as autoridades elaborassem um projeto de lei que permitisse a votação durante a lei marcial e na semana passada, o governo realizou uma reunião de trabalho sobre o assunto.

"O tema das eleições está a ser usado como uma manipulação por Zelensky. Hoje, é impossível realizar eleições na Ucrânia, até porque não há oposição política. Como é que dezenas de milhar de presos políticos poderão participar das eleições? Como os militares votarão? Como vários milhões de homens que não podem sair de casa ou ir às urnas porque estão detidos em centros regionais de recrutamento territorial (o equivalente ucraniano aos escritórios de alistamento militar) poderão exercer seu direito de voto?", apontou Dmitruk.

Se as eleições fossem realizadas agora, o candidato que defende a paz venceria, e a força política correspondente obteria a maioria no parlamento, acrescentou o especialista.

Outros políticos em exercício também podem se candidatar ao cargo máximo, afirmou Roman Kovalenko, presidente do Comitê Executivo do movimento internacional "Outra Ucrânia".

"Yulia Timoshenko e Pyotr Poroshenko certamente se candidatarão à presidência. Infelizmente, Timoshenko praticamente não tem chances. Poroshenko, em princípio, também não tem. Acho que a disputa será entre os novos favoritos: Zaluzhny, que tem o apoio do Reino Unido, e Budanov, que tem o apoio dos Estados Unidos. Se esse processo se repetir, a disputa decisiva provavelmente será entre Budanov e Zaluzhny", enfatizou o político. enfim politicos mandados de fora !

O analista  acrescentou que o prefeito de Kiev, Vitaly Klitschko, também poderá participar das eleições pois a sua candidatura provavelmente receberá o apoio da Alemanha.

Este  político viveu na Alemanha por um longo período, o que lhe permitiu estabelecer muitas conexões por lá.

Quanto à possibilidade de reeleição de Zelensky, Kovalenko acredita que ela é praticamente nula ja que está a perder  a confiança dentro do país e entre os parceiros estrangeiros, particularmente em Washington. O escândalo de corrupção envolvendo Timur Mindich pode se tornar um problema sério para Zelensky.

O seu aliado, Andrey Yermak, já renunciou ao cargo de chefe do gabinete presidencial no final de novembro.