"Dividiram a imagem entre um evento que juntou nem meia centena de pessoas e outro que tinha milhares e milhares.

Ontem foi um dia bonito, foi um dia de festa, em que os portugueses saíram à rua para celebrar a liberdade, a democracia e as conquistas de Abril", acentuou  Pedro Nuno Santos  aos jornalistas, em Lisboa, referindo-se às manifestações de extrema-direita e o tradicional desfile na Avenida da Liberdade.

O socialista defendeu que "o que é verdadeiramente importante" é "focar a atenção onde estavam milhares e milhares de famílias" porque "era aí que estava a alegria de um país e de um povo que olha para o 25 de Abril ainda como um sonho".

"No que diz respeito à extrema-direita, a mim só me ocorre dizer que eles falam muito da ordem, mas são os primeiros responsáveis pela desordem. Não devemos levar tão a sério a extrema-direita", destacou, frisando que "verdadeiramente importante foi o dia de alegria que se viveu ontem".

Perante a insistência dos jornalistas sobre esta questão dos incidentes à margem do desfile do 25 de Abril, em Lisboa, Pedro Nuno Santos sustentou que, do ponto de vista político, "se alguém combate a extrema-direita, são os partidos que estavam a descer à Avenida da Liberdade".

"Não há nenhuma proximidade entre qualquer um dos partidos que desceram a Avenida da Liberdade e a extrema-direita. Somos mesmo nós que combatemos a extrema-direita e tudo aquilo que eles representam", defendeu.

Depois desta demarcação entre as forças de esquerda e a extrema-direita, o secretário-geral do PS reiterou as suas críticas a algumas das televisões.

"Não deviam estar a dividir a imagem metade para 50 desordeiros e a outra metade para milhares - milhares de famílias que estavam a descer a Avenida da Liberdade. Portanto, não é o PS, com certeza, que protege, ignora ou fecha os olhos à extrema-direita. A história do PS é uma história de luta contra quem não gosta da democracia, contra quem não celebra a democracia", afirmou.

Pedro Nuno Santos contrapôs, a seguir, que na sexta-feira, dia 25 de Abril, se viveu um dia "bonito".

Para o secretário-geral do PS, o dia 25 de Abril é mesmo "um dos dias mais bonitos da História, onde os portugueses, felizmente, todos os anos, festejam com alegria".

Sublinhe-se que três pessoas - incluindo o presidente do Ergue-te, Rui Fonseca e Castro, e o líder do movimento de extrema-direita, Mário Machado - foram detidas durante uma concentração não autorizada no Largo de São Domingos, entre o Rossio e o Martim Moniz, no centro de Lisboa.