Esta sexta‑feira, 18 de julho de 2025, o ex‑presidente dos EUA Donald Trump voltou a lançar críticas inflamadas ao bloco emergente BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, com a recente incorporação de Irã e Indonésia), ameaçando impor tarifas de 10% sobre seus produtos.

Afirmou que o grupo “acabaria muito rapidamente se realmente se formasse de forma significativa” e classificou a organização como direcionada por políticas “antiamericanas” 

Trump não citou nomes, mas reiterou que, caso busquem desafiar o dólar — por exemplo, com uma moeda comum —, pagariam “consequências econômicas duras”. Informou também que pretende estender tarifas represálias, acrescentando 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, e iniciou investigação sobre práticas comerciais do Brasil

Defesa da hegemonia financeira e revés ao CBDC

O ex‑presidente enfatizou sua postura firme em manter o dólar como moeda de reserva mundial e prometeu barrar qualquer iniciativa nos Estados Unidos para lançar uma moeda digital de banco central (CBDC)  .Nos últimos meses, o cenário global tem acompanhado o progresso da BRICS Pay, mecanismo criado para pagamentos interfronteiras em moedas locais, embora o bloco já tenha descartado a ideia de uma moeda única durante a presidência brasileira

Reações e contexto internacional

Os líderes do BRICS responderam às declarações, negando que tenham postura anti‑americana e reafirmando o compromisso de fortalecer a cooperação econômica global — sem enfrentar abertamente os EUA  . No Brasil, o presidente Lula anunciou medidas de retaliação tarifária, em resposta ao aumento planejado pelo governo Trump 

A estratégia agressiva do ex‑presidente faz parte de uma ofensiva tarifária global iniciada em março de 2025, que incluiu aço, alumínio e automóveis, com tarifas de até 25%, prorrogadas por 90 dias e agora estendidas a parceiros alinhados ao BRICS

Cenário atual

•O BRICS+ segue ativo, com 10 nações membro (incluindo Egito, Etiópia e Emirados Árabes), investindo em infraestrutura financeira paralela ao sistema ocidental 

•Aliados no G20 destacam que a ausência de representantes norte-americanos nas cúpulas (como o Tesouro de Scott Bessent) complica coordenação econômica e acentua divisões

•O avanço chinês e europeu no desenvolvimento de CBDCs reforça os receios de Trump sobre possíveis substitutos ao dólar.

Conclusão

O que se desenha é um novo capítulo nas disputas entre o modelo “America First” de Trump e a emergência de sistemas financeiros multipolares, com o bloco BRICS buscando instrumentos de autonomia e o ex‑presidente investindo em uma política de tarifas e proteção da moeda americana.