A decisão surge depois de a primeira fase do programa ter esgotado em apenas seis dias, com mais de 40 mil candidaturas submetidas. Na altura, a verba inicial de 30 milhões de euros foi rapidamente absorvida, revelando uma procura muito superior à prevista.
Durante a discussão do Orçamento do Estado para 2026, a ministra do Ambiente e Energia explicou que o Governo português solicitou a Bruxelas um reforço de 50 milhões de euros, no âmbito da reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para dar continuidade ao projeto. Esse reforço acabou por totalizar 51,5 milhões, de acordo com o Correio da Manhã.
“O objetivo é garantir que mais famílias possam melhorar a eficiência energética das suas casas, reduzir consumos e substituir equipamentos antigos, muitas vezes ineficientes e poluentes, por soluções elétricas de nova geração”, sublinhou a ministra no Parlamento.
O E-Lar é gerido pelo Fundo Ambiental, e concede apoios em forma de voucher, que podem ser utilizados para a troca de eletrodomésticos antigos por novos equipamentos mais eficientes — como frigoríficos, máquinas de lavar roupa, esquentadores ou fogões elétricos —, bem como para a substituição de sistemas de aquecimento a gás por alternativas elétricas.
Além da vertente ambiental, o programa tem um impacto direto na redução das despesas domésticas com energia, promovendo também maior segurança nas habitações ao eliminar o uso de gás em ambientes fechados.
Esta segunda fase, com uma dotação significativamente maior, deverá contemplar mais de 70 mil famílias em todo o país, com critérios de elegibilidade semelhantes aos da primeira edição. As candidaturas serão novamente realizadas através do site do Fundo Ambiental, onde estará disponível toda a informação sobre os equipamentos elegíveis, os montantes de apoio e o processo de validação dos vouchers.
O reforço do E-Lar insere-se na estratégia nacional de descarbonização e eficiência energética, financiada pelo PRR e pelo programa REPowerEU, e pretende contribuir para o cumprimento das metas de neutralidade carbónica até 2050.
Com o arranque das novas candidaturas a 2 de dezembro, o Governo espera consolidar o E-Lar como uma medida estrutural de apoio às famílias e à transição energética, num momento em que a sustentabilidade deixou de ser apenas um ideal para se tornar uma prioridade económica e social.