Sem detalhar publicamente o conteúdo da proposta — ainda em análise interna — Mourão garantiu que não existe “matéria em cima da mesa que deixe a UGT confortável para desmarcar a greve”. A posição foi reafirmada várias vezes ao longo do dia, reforçando a ideia de que o Governo continua distante das exigências apresentadas pelos trabalhadores.
A greve geral, convocada em convergência com a CGTP-IN, será a primeira ação conjunta das duas principais centrais sindicais desde 2013, num contexto em que o Executivo procura aprovar alterações profundas ao Código do Trabalho. O pacote legislativo inclui mudanças em áreas sensíveis como licenças parentais, banco de horas, contratos a termo, serviços mínimos em greve e novas possibilidades de recurso ao outsourcing.
Para a UGT, muitas destas alterações representam um desequilíbrio perigoso entre empregadores e trabalhadores, fragilizando direitos considerados estruturais e ameaçando a qualidade das relações laborais no país. A decisão de avançar para a greve foi aprovada por unanimidade no Conselho Geral da central sindical.
O Governo insiste que mantém portas abertas ao diálogo, mas o clima social permanece tenso. A proximidade da data e a insatisfação das estruturas sindicais deixam antever um dezembro marcado por contestação e forte mobilização dos trabalhadores portugueses.