"O país não tem tempo para adiarmos as medidas de que Portugal precisa, este orçamento, infelizmente, não resolve o problema das pessoas, que era essencial que resolvesse, e é por isso que a IL vai votar contra este Orçamento do Estado na generalidade", disse a líder da IL em  conferência de imprensa, na Assembleia da República, horas antes do início do debate em plenário da proposta orçamental apresentada pelo Governo.

A presidente da IL garantiu que o "partido não tem problema nenhum em rever o sentido de voto na votação final" se houver alterações significativas que respondam aos problemas dos portugueses, mas acrescentou que "esse é um cenário um pouco idílico", sobre o qual "tem algumas dúvidas de que se venha a materializar".

Mariana Leitão argumentou que o Orçamento do Estado para 2026 proposto pelo Governo "não dá qualquer resposta", é "pouco ambicioso para os portugueses e o país" e é "muito ganancioso" para o Estado, e acusou o executivo de anunciar "dez ilusões", como redução da carga fiscal, a reforma do Estado ou a resposta à crise da habitação.

Para os liberais a proposta de OE não só não baixa os impostos, como até os aumenta, exemplificando que as alterações nos escalões do IRS não são suficientes para "neutralizar o aumento dos salários" e as atualizações no IMT não compensam a subida do preço das casas.

"Mesmo quando finge reduzir, o Governo cobra mais, é o truque habitual, chama-lhe alívio, mas na prática cobra mais", afirmou.

Para a  presidente da IL o Governo ilude quando fala de um orçamento rigoroso, argumentando que "o documento está cheio de artigos copiados de anos anteriores, alguns com a data de 2012 ou até mesmo de 2004", que revelam "displicência" do executivo na sua elaboração.

"É um orçamento para gerir o presente, para tentar enganar o país. Não devolve rendimento, não reforma o Estado, não desbloqueia casas. Portugal precisava de facto de um orçamento que libertasse o país do peso do Estado, que desse espaço às famílias e às empresas. O que temos é o oposto, mais despesa, mais impostos, mais dependência, mais estagnação e o Governo chama a isto futuro", atirou.

Mariana Leitão disse também que "este orçamento é em tudo semelhante ao orçamento do ano anterior e aos que o antecederam", conseguindo "em algumas matérias ser ainda pior", nomeadamente quando se "compara aquilo que este Governo prometeu" e o que consta no documento.

A Assembleia da República começa hoje a debater em plenário a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2026, que tem aprovação garantida na generalidade, com a abstenção do PS.