«O que é hoje conhecido, popularmente, como “Cidade Velha”, tinha como nome de nascença, Cidade da Ribeira Grande, elevada a este estatuto em 1533. Mas o sítio começou a dar os seus primeiros passos a partir de 1462, data do início da sua ocupação, depois da sua descoberta oficial ter acontecido em 1460.
O reconhecimento oficial da descoberta em 1460, por António de Noli é seguido de uma segunda extensão desse reconhecimento completo do arquipélago, procedida por Diogo Afonso, em 1462, aportando às ilhas mais ocidentais, Sal, S. Nicolau, S. Vicente, Santa Luzia e Santo Antão, para além da ilha Brava. Porém, de Noli foi o único Capitão/Donatário que, alguma vez, assentou arraiais na sua capitania/donataria, com sede em Ribeira Grande, onde viveu, cerca de 37 anos, morreu e foi enterrado. O monte mais alto da ilha de Santiago, Pico do António, sublima esse facto e feito.
Cabo Verde, desde sempre, esteve na encruzilhada das suas rotas marítimas, tendo sido considerado como ponto de passagem obrigatória dos navios que demandavam esses novos mundos, o longínquo Oriente, Américas e Caraíbas. Todos os grandes navegadores de quatrocentos e quinhentos sulcaram as nossas águas marítimas, rumo ao arquipélago cabo-verdiano, a exemplo de Vasco da Gama (1497 - Praia), Cristóvão Colombo (1498 – Cidade da Ribeira Grande), Pedro Álvares Cabral (1500 – ilha de S. Nicolau), Fernão de Magalhães e Sebastião El Cano, que prosseguiu a viagem deste último, depois da sua morte nas Filipinas, só teve a certeza que tinha dado a volta ao mundo quando avistou Cabo Verde, vindo do Sul, onde se deteve em 1522, na Cidade da Ribeira Grande… Cruzamentos de rotas marítimas e de culturas.» | Daniel Pereira, curador e coordenador da exposição
A entrada é livre.
CCCV – Centro Cultural de Cabo Verde
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