Esta proposta surge no contexto de um mundo mais instável, com a guerra na Ucrânia, a crescente influência da China e os riscos de proliferação nuclear no Médio Oriente.Sobre a Ucrânia: “É preciso acabar com a matança”.
Referindo-se à guerra em curso, Vance defendeu uma abordagem realista e pragmática:“É absurdo que essa guerra tenha durado tanto tempo e que os dois lados nem estejam conversando de forma construtiva.”Defendeu ainda que os EUA continuarão a promover negociações diretas entre russos e ucranianos, frisando o “impulso humanitário genuíno” do Presidente Trump para pôr fim à perda de vidas.
China e o comércio global: “Reciprocidade, não submissão”Em relação à China, Vance declarou que os EUA querem reequilibrar o comércio global e deixar de ser o “consumidor do mundo”.
O objetivo é pressionar a China a estimular o consumo interno e abrir os seus mercados, ao mesmo tempo que se exige aos países europeus mais abertura aos produtos americanos, sobretudo nas áreas da defesa, tecnologia e agricultura.“Queremos mais justiça, ou como diria o presidente, reciprocidade.”Irão e a ameaça nuclear: “Não há plano B para a proliferação”.
Quanto ao Médio Oriente, o vice-presidente alertou para os perigos da proliferação nuclear, caso o Irão venha a adquirir uma arma nuclear:“Se o Irão conseguir uma arma, outros seguir-se-ão. Isso é inaceitável.”A Administração Trump, segundo Vance, está aberta a negociações, mas com linhas vermelhas claras: energia nuclear sim, enriquecimento para fins bélicos não.NATO e Europa: “Autossuficiência ou irrelevância”
Ao abordar a NATO e os compromissos europeus, Vance foi taxativo:“Não se trata apenas de gastar mais, mas de investir bem — em capacidades industriais, defesa e resiliência.”Apontou a desindustrialização europeia como um risco estratégico, destacando que a Europa deve fortalecer a sua base económica para sustentar o poder duro, caso necessário.Uma Mensagem Final: Reencontrar o Caminho da Democracia.
Encerrando o discurso, Vance fez um apelo à Europa e aos EUA para que evitem minar a legitimidade democrática em nome da censura ou do excesso de correção política:“Não é Europa má, América boa. Ambos nos desviámos.
Precisamos voltar ao caminho — juntos.”Aplaudido por diplomatas e analistas presentes, o discurso de JD Vance marca um ponto de viragem na narrativa geopolítica americana: menos idealismo, mais realismo estratégico, mas com fortes laços históricos e civilizacionais com a Europa.
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