No Chile as Primarias à Esquerda deram a vitoria a Jeannette Jara do  que Partido Comunista do Chile obteve  825.835 votos, ou 60,2%, perante Carolina Tohá do Partido para a Democracia com  385.379 votos, ou 28,1%. Gonzalo Winter do Frente Ampla com  123.829 votos, ou 9% dos votos, e Jaime Mulet do Federação Regionalista Verde Social com  37.659 votos, ou 2,7%.

Jeannette Jara, ex-ministra do Trabalho no governo de Gabriel Boric e uma perdonalidade  do Partido Comunista, conquistou uma vitória retumbante nas primárias progressistas do Chile. Esta vitória não só representa um marco na sua carreira política, como também redefine o panorama da esquerda chilena antes das próximas eleições presidenciais.

Com este sucesso, Jara é a principal candidata da coligação progressista, consolidando uma frente única que revitalizará o movimento de esquerda num contexto político cada vez mais fragmentado.

O maior perdedor nestas primárias é o atual presidente chileno Gabriel Boric, cujo candidato, Gonzalo Winter, não conseguiu garantir nem 10% dos votos. 

Jeannette Jara consolidou uma posição histórica ao ser  a primeira líder comunista a vencer a candidatura presidencial unificada da esquerda chilena desde o regresso  à democracia em 1990.

Tal é uma renovação significativa dentro do setor progressista, trazendo uma nova perspectiva ao movimento.

A  liderança de Jara refletiu uma clara tendência à coesão e unidade em toda a esquerda, contrastando com eleições anteriores, nas quais a fragmentação dificultou a consolidação de uma frente unida.

Jara conseguiu significativo apoio em diversos setores, fortalecendo assim a candidatura progressista para as próximas eleições.

O sucesso de Jara nas primárias não é apenas um triunfo pessoal, mas também simboliza uma mudança estrutural na política chilena.

Com cerca de  60% dos votos, Jara superou decisivamente seus concorrentes, demonstrando uma clara preferência do eleitorado por uma proposta de esquerda mais coerente e unificada.

Este resultado histórico demonstra uma tendência à consolidação de lideranças mais dinâmicas e adaptáveis aos novos desafios sociais e economicos que o Chile enfrenta.

O amplo apoio a Jara na esquerda chilena reflete sua capacidade de unir diversas correntes e perspectivas em torno de uma visão comum.

Os candidatos derrotados felicitaram Jeannette Jara, demonstrando uma atitude conciliadora e um compromisso com a unidade do bloco progressista, apoio mútuo essencial para fortalecer a candidatura unificada e garantir uma frente eleitoral sólida.

Gonzalo Winter, destacado membro da Frente Ampla, enfatizou a importância da unidade alcançada e garantiu o apoio de seu partido e as estruturas necessárias para consolidar a candidatura de Jara.

Winter enfatizou a importância de manter a unidade dentro da esquerda para enfrentar os desafios impostos por uma direita fragmentada.

Jaime Mulet, do partido Federação Social Regionalista Verde, apesar de não poder fazer declarações públicas imediatas devido ao atraso em seu voo de volta de Copiapó, expressou seu apoio à candidatura de Jara.

O seu apoio, embora indireto, é considerado essencial para a consolidação do bloco progressista.

O envolvimento de Mulet, um líder influente dentro do seu partido, reforça a percepção de uma coligação ampla e diversa, capaz de integrar diversas organizações e movimentos em torno de um objetivo comum. Esse tipo de apoio é essencial para fortalecer a candidatura e expandir sua base eleitoral.

Jeannette Jara, advogada e administradora pública de 51 anos, teve uma carreira distinta na política chilena.

Seu mandato como Ministra do Trabalho, de março de 2022 até à sua renúncia em abril para concorrer à presidência, permitiu-lhe consolidar uma imagem de líder competente e comprometida com reformas sociais.

Durante seu mandato ministerial, Jara promoveu reformas significativas, incluindo o aumento do salário mínimo, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e uma ampla reforma da previdência  melhorando as condições de trabalho dos chilenos, como também aumentando a sua popularidade e a posicionaram como uma figura-chave dentro do governo progressista.

Além disso, a sua participação ativa no Partido Comunista e em diversas iniciativas  progressistas criaram à sua volta  uma rede de apoio robusta e diversificada, essencial para liderar uma candidatura unificada.

Nas próximas eleições de novembro, Jeannette Jara enfrentará uma concorrência de uma direita fragmentada, composta por três candidatos principais: Evelyn Matthei, da coalizão Chile Vamos, José Antonio Kast, do Partido Republicano, e Johannes Kaiser, do Partido Libertário Nacional.

A fragmentação da direita pode jogar a favor de Jara, permitindo-lhe consolidar o apoio de diversos setores que buscam uma alternativa progressista e coesa. No entanto, também exige que Jara mantenha e fortaleça alianças internas dentro de sua coalizão, garantindo uma campanha coordenada e eficaz que maximize suas chances de sucesso.

Evelyn Matthei, com sua experiência em cargos executivos, representa uma facção mais tradicional da direita, enquanto José Antonio Kast e Johannes Kaiser apresentam nuances mais conservadoras e libertárias, respectivamente.

Essa diversidade na direita pode fragmentar o voto conservador, favorecendo Jara ao oferecer uma opção unificada e clara para os eleitores progressistas. No entanto, também exige que Jara mantenha uma campanha forte e convincente, capaz de atrair tanto os eleitores de esquerda tradicionais quanto aqueles que buscam mudanças reais na política chilena.

Futuro do progressismo

A vitória de Jara nas primárias não representa apenas um avanço para o Partido Comunista dentro da coalizão governista, mas também sinaliza uma modernização e revitalização do progressismo no Chile. Sua candidatura surge como uma opção forte contra uma direita dividida, oferecendo uma alternativa coerente e atraente para os cidadãos que buscam mudanças profundas nas políticas sociais e econômicas.

O compromisso de Jara com um movimento progressista renovado implica um compromisso com a equidade, a justiça social e a inclusão, aspectos que repercutiram positivamente no eleitorado. Se conseguir manter a unidade e consolidar sua campanha, Jara poderá liderar uma mudança significativa na política chilena, fortalecendo as bases para um futuro mais justo e sustentável.

Como temos pena deste Portugal dividido por uma vivencia  de 1975 com 50 anos enfim!

No Chile o golpe fascista de 1973 apanhou uma Esquerda dividida mas que como se vê soube encontrar mecanismos de superação do divisionismo e hoje reencontra-se no poder e ja por varios momentos e diversas orientações politicas!

( adaptado do nuevatribuna.es )