Declaração feita em entrevista à emissora francesa TF1 na  terça-feira, 13.05, e repercutida pelo portal RT.

“Até os próprios ucranianos têm a lucidez de reconhecer… que não terão capacidade de recuperar tudo o que foi tomado [pela Rússia] desde 2014”, disse Macron, destacando que a guerra “deve acabar” e que a Ucrânia precisa estar “na melhor posição possível para entrar em negociações... que tornarão possível abordar questões territoriais”.

Este discurso do presidente francês reflete uma inflexão no discurso europeu sobre o conflito, ao reconhecer explicitamente os limites militares e políticos de Kiev. Na verdade, a consolidação do controle russo sobre regiões reivindicadas pela Ucrânia é caso arrumado!

Apesar da recusa formal de Kiev em abrir mão de seus territórios, o próprio presidente ucraniano, Zelensky, já havia admitido em abril que “não tinha armas suficientes” para retomar a Crimeia pela força.

Macron também reiterou a necessidade de garantir a segurança da Ucrânia de forma alternativa ao não ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). “Não podemos deixar a Ucrânia sozinha”, afirmou. “Como ela não se juntará à OTAN, estamos propondo forças de segurança. Em outras palavras, os aliados que estiverem dispostos... mobilizarão forças para longe da linha de frente, em locais-chave, para conduzir operações conjuntas e demonstrar nossa solidariedade.”

Quer a  França quer o  Reino Unido andam com  a ideia nas cabecitas de enviar tropas de paz à Ucrânia após um possível cessar-fogo.

Mas a  Rússia,ja avisou  que a presença de tropas estrangeiras em território ucraniano sem sua autorização — especialmente de países membros da OTAN — será tratada como hostil. “Serão alvos inimigos”, disse um comunicado anterior de Moscovo

A Rússia entretanto reiterou a  sua disposição para retomar negociações com a Ucrânia em Istambul, condicionando o sucesso do diálogo ao reconhecimento, por parte da Ucrânia, dos territórios que passaram a integrar a Federação Russa após os referendos realizados desde 2014.