Fê-lo num comunicado triunfalista distribuído às redações, lembrando que a América Latina era, até agora, o único parceiro importante com o qual a União Europeia (UE) não tinha um acordo comercial preferencial. 

Dizem os eurodeputados do PSD, que o acordo "reforça o papel da UE como líder global no comércio sustentável, em prol da sustentabilidade e da transição verde global", e servirá um mercado de cerca de 700 milhões de consumidores, numa negociação que decorre desde 1999 e que chegou na sexta-feira ao fim.

Na verdade o acordo UE-Mercosul quando acontecer abrangirá os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial das maiores zonas de livre comércio do mundo.

Em 2023, lembra a delegação social-democrata em Bruxelas, a UE foi o segundo maior parceiro comercial de bens dos países do Mercosul, representando 16,9% do comércio total da região, ficando atrás da China, mas à frente dos Estados Unidos. 

"Ao eliminar barreiras comerciais e discriminações, o Acordo UE-Mercosul permitirá que as empresas europeias, incluindo as PME, se posicionem de forma mais competitiva nos mercados dinâmicos do Mercosul", lê-se no comunicado, com os eurodeputados do PSD a destacar a previsível eliminação de tarifas de importação em mais de 91% dos bens exportados.

Para a delegação do PSD no Parlamento Europeu, o acordo representa ainda uma "oportunidade única" para reforçar a cooperação política e comercial com os Países do Mercosul, com os quais Portugal tem relações históricas muito importantes, valorizar os produtos europeus diferenciados, e impulsionar a exportação por parte das empresas europeias.

Na sexta-feira, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE e os países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) chegaram a acordo político para aquele que será o maior acordo comercial do mundo.

Falando à imprensa a partir de Montevidéu, no Uruguai, onde se deslocou para a reunião de líderes da UE e do Mercosul, a líder do executivo comunitário vincou que o acordo "não é apenas uma oportunidade económica, é uma necessidade política".

Também intervindo na ocasião, o Presidente uruguaio, Luis Pou, em representação de todos os países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), salientou "a relevância" do acordo.

Na reunião participou também o Presidente brasileiro, Lula da Silva, de quem Ursula von der Leyen disse esperar "esforços para proteger a Amazónia".

A UE e Mercosul têm mantido contacto regular, o que permitiu hoje concluir as negociações políticas nomeadamente em questões como os compromissos ambientais, após um primeiro aval em 2019, que não teve seguimento.

O acordo UE-Mercosul abrange os 27 Estados-membros da UE mais Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o equivalente a 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.

Ora o problema é que este  acordo UE-Mercosul ainda precisa receber o acorfo  de pelo menos 15 dos 27 países-membros da União Europeia, que representam 65% da população da UE.

Recordemos que a Alemanha represents  mais de 18 % de toda a população da União Europeia, a seguir da França 15 %, a Itália 13 %, a Espanha 10 %, a Polónia 8 % e a Roménia e os Países Baixos com 4 %, pelo que só a França, a Itália, a Polonia, representam 36%  pelo que os 65 % nao acontecerão!

A França, alvo de  sucessivos manifestaçoes de fazendeiros dizendo que o acordo traria concorrência desleal, cria uma minoria de bloqueio de países da UE com o presidente francês Macron repetiu na quinta-feira à sra  Leyen que o acordo era "inaceitável no seu estado atual".

A ministra do Comércio da França, Sophie Primas, chegou a dizer que o anúncio da sra  Leyen "compromete apenas a Comissão, não os Estados-membros", numa declaração à France-Presse.

A Polónia uniu-se à França, o governo italiano diz que Roma acredita que "as condições não estão reunidas" para apoiar o acordo.

Tambem a  Holanda e a Áustria expressaram reservas.

Ora esta informação torna pouco credivel a “vitoria” da sra Leyen e lamentamo-lo tambem de Lula da Silva