Num seu comunicado, o movimento considerou que as ações dos dois municípios "desrespeitam os despachos judiciais já proferidos e conhecidos dos municípios" dadas as providências cautelares feitas por vários moradores para suspender as demolições.
Em Loures as demolições serão no bairro do Talude, e diz o Vida Justa, a Câmara Municipal afixou na sexta-feira, 11 de julho, editais no bairro anunciando novas demolições e que deu aos moradores 48 horas para as desocupações afetando "mais de 60 habitações".
Ja na Amadora, foram afixados editais com vista à demolição de 16 habitações na Estrada Militar (Mina de Água) com as famílias a terem dois dias para sair.
"Centenas de pessoas residentes nestes dois concelhos da Área Metropolitana de Lisboa, incluindo crianças, idosos e doentes, serão atiradas para a rua, sem qualquer alternativa habitacional", denuncia o movimento.
Defende a Câmara de Loures que as suas atuações são "sempre dentro da legalidade e em respeito absoluto pelas decisões judiciais e com prioridade à segurança, à saúde pública e à dignidade humana", nada dizendo sobre o papel humanista que um municipio deve ter!
O mesmo município considerou que o movimento Vida Justa continua "a instrumentalizar pessoas em situação de vulnerabilidade" mas que não apresenta "qualquer solução concreta para o problema grave da proliferação descontrolada de construções ilegais".
"A Câmara Municipal de Loures continuará a agir com responsabilidade, apoiando quem demonstra vontade de cumprir e rejeitando liminarmente a edificação desordenada de barracas no concelho", lê-se na posição de Loures sobre o tema enviada à Lusa.
Por seu lado, a Câmara Municipal da Amadora disse que "não permitirá a proliferação de construções ilegais" e que foram identificadas novas construções ilegais na Estrada Militar da Mina (antigo Bairro de Santa Filomena) e que serão demolidas porque "representam um retrocesso nos esforços que o município tem vindo a desenvolver".
O município da Amadora afirmou que as famílias tiveram acompanhamento para encontrar "soluções legais e de emergência" que garantam "a saúde pública e a dignidade humana".
A Câmara da Amadora disse que, em 2012, ha ja 13 anos fez um importante investimento na erradicação do Bairro de Santa Filomena para "repor a legalidade urbanística e assegurar condições de vida dignas para todos os residentes" e que "não compatua com soluções à margem da lei", defendo que perante as necessidades habitacionais haja uma resposta "de forma estruturada, justa e legal".
A autarquia da Amadora acrescentou que tem em curso "um investimento significativo para resolver a situação habitacional de 711 famílias há muito inscritas no programa municipal de realojamento" e que recebe todos os anos de 1.200 pedidos de habitação por parte de munícipes em situação de vulnerabilidade.
Para o movimento Vida Justa, estas demolições violam a lei (nomeadamente o regime jurídico da urbanização e da edificação e a Lei de Bases da Habitação e respetiva regulamentação) e também os compromissos do Estado português em matéria de direitos humanos.
"Estes municípios continuam a sua política de expulsão dos mais pobres, culpando as vítimas da crise da habitação e destruindo casas perante crianças e pais em desespero", afirmou o movimento.
O Vida Justa acusa o Governo (PSD/CDS-PP) e as Câmaras Municipais de Loures e Amadora (ambas lideradas pelo PS) de não pretenderem resolver o problema de habitação - com medidas como regulação do mercado e mais casas públicas - "mas criar um colapso social".
Entretanto lembremos que o Governo e os municípios tiveram como despesas da Administração Central e Local com a JMJ algo como cerca de 80.6 milhões de euros, de acordo com o ISEG.
Ja o google avança com os seguintes dados
Gastos por entidade:
Na semana JMJ a capital portuguesa recebeu cerca de 1,5 milhões de peregrinos, de diversas nacionalidades, que ficaram alojados não apenas em Lisboa, mas também por vários concelhos limítrofes, tais como Odivelas, Amadora, Cascais, Almada, Loures e Oeiras sendo que seu conjunto, estes sete municípios acolheram mais de 100 mil peregrinos, que dormiram em famílias de acolhimento, mas ainda em espaços públicos e privados.
No concelho da Amadoraestiveram alojados cerca de 13 mil peregrinos, em diversos locais da cidade. E para a presidente da CMA, Carla Tavares, a JMJ “foi momento fantástico e único de comunhão, respeito, partilha e união”, sobretudo, “numa cidade com as características como a nossa, em que a multiculturalidade é o nosso bem mais precioso”.
Para além dos encontros ‘Rise Up’, a CMA recebeu ainda as comemorações do Dia Afonsiano. Este evento decorreu no Jardim dos Aromas, e juntou centenas de jovens da comunidade redentorista.
Mas nao ha verba para habitar cidadaos e cidadãs….