Nandó foi mesmo uma figura incontornável da história política de Angola, cujo percurso marcou de forma indelével a consolidação do Estado angolano.
E temos de recordar o seu papel brutal no Ministério do Interior no Massacre do Dia das Bruxas (ou "Massacre de Outubro") que ocorreu entre 30 de outubro e 1 de novembro de 1992 em Luanda e que com o conluio da comunidade internacional em especial os EUA, a Federação Russa e Portugal num governo PSD de Cavaco Silva e Durao Barroso
A seguir às eleições presidenciais e legislativas de 1992, as primeiras da história do país, o partido da ditadura l, o MPLA, reivindicou a vitória nestas eleições o que foi contestado pela UNITA movimento de oposição que tornou-se partido político, a UNITA, questionou a equidade das eleições e nas nas eleições presidenciais, seria necessario uma segunda volta de acordo com a constituição.
ObMPLA atacou membros e apoiantes da UNITA e da FNLA em Luanda.
As vítimas incluíram muitos indivíduos da etnia Bakongo (associada à FNLA, liderada por Holden Roberto) e Ovimbundu (associada à UNITA, liderada por Jonas Savimbi), bem como "Zairenses" (os cidadãos angolanos imigrantes da República Democrática do Congo, muitos dos quais eram Bakongo).
Nos combates houve s morte de uns 20 ou 30 mil Angolanos e de muitos membros ditigentes da UNITA como Jeremias Chitunda, Elias Salupeto Pena e Aliceres Mango, que foram retirados do seu veículo e mortos a tiros pelos apoiantes do MPLA no Sambizanga.
O "Nandó" na época do "Massacre de Outubro" era Ministro do Interior e a polícia nacional sob a sua tutela distribuíu as armas aos apoiantes do MPLA em Luanda que agrava o massacre.
Na o época os ativistas e críticos, levantaram questões sobre a responsabilidade de Nandó e outros líderes do MPLA na gestão dos acontecimentos.
Até hoje, permanece por esclarecer quem ordenou o massacre.
Segundo on jornalista e analista político Orlando Castro afirma no DW que, nessa altura, o MPLA tentou "neutralizar todos os que pensavam de maneira diferente do regime":
"Foi uma tentativa de decapitar a UNITA. Tanto que fala-se em milhares de mortos, eventualmente até em cerca de 50 mil. Na história do MPLA, os massacres, ou as purgas, ou o que se lhe quiser chamar, são uma regra estratégica do regime, mesmo até para os próprios simpatizantes do MPLA."
O tema ainda é tabu em Angola e desconhecido por muito jovens. Daí a importância de uma boa estratégia de reconciliação, desde que não se branqueie a verdade, defende Orlando Castro:
"Estes massacres são os mais visíveis, quer o de 27 de Maio de 1977, quer o de 1992, são os mais visíveis pelo número de vítimas, mas o MPLA tem muitas outras histórias porque ao longo da guerra - embora a UNITA obviamente também tenha cometido grandes erros - o MPLA, até pelo poder militar que tinha, massacrou muita gente inocente. Os jovens não conhecem esta história. A paz e reconciliação em Angola nunca se conseguirá com base na mentira."