Esta visão dita autonomista de classe mostra-se na visão atentista da CGT e na falta de resposta do PCP perante o golpe militar de 28.05.1926!
Assim “A Batalha”, logo no dia 29 de Maio de 1926, publicava, em fundo, a indicação ao lproletariado organizado de que deveria manter-se «na expectativa» perante o movimento militarista.
Era aliás uma resolução contrária às próprias resoluções da CGT e da restante organização, que em sessões comícios, etc., desde há muito se vinha preparando contra tal movimento.
Nesse sentido deliberou o Comité Confederal, reunido nesse mesmo dia, ao indicar à redacção a conveniência de que a orientação do jornal fosse conforme ao espírito da CGT.
O conflito entre o Conselho Confederal da CGT e a redacção de “A Batalha” ainda durou o que fez desorientar o proletariado organizado e este não deu resposta imediata ao golpe militar fascista.”
No campo do PCP ainda na infancia do seu quinto aniversario o seu II Congresso é convocado imagine-se para 29 de Maio de 1926, em Lisboa onde estarão presentes mais de 100 delegados.
Em face do golpe militar o Congresso resolve interromper os seus trabalhos, até dada a instauração da ditadura.
O golpe de Estado e a instauração da ditadura fascista ocorre no mais alto momento da visao classe contra classe no seio do PCP e este partido dada também a debilidade da sua organização e dos seus quadros, assim como a sua ainda reduzida influência, não está em condições de organizar a resistência.
Mas com os anarquistas lançam uma greve geral em 1934, conhecida como a Revolta de 18 de janeiro de 1934 ou Greve Geral Revolucionária de 18 de janeiro de 1934 ou a Revolta da Marinha Grande!
Foi um movimento social bem descoordenado e em oposição ao decreto-lei implementado pelo Estado Novo, que proibia ou limitava a actividade de todos os sindicatos no país!
Face a tal vários sindicatos anarquistas, anarco sindicalistas, socialistas, e comunistas realizaram, greves e manifestações em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Leiria, Almada, Anadia, Setúbal, Silves e Sines, mas com um forte impacto na vila vidreira da Marinha Grande, e dai o ter ficado para a Historia como a Revolta da Marinha Grande!
Dela diria Bento Gonçalves entao secretario geral do PCP ter sido uma anarqueirada enquanto que anos mais tarde a fação radical do PCP que faria nascer o movimento marxista leninista maoista, e os seus descendentes, entre eles o MRPP, ( colateral no nascimento, como o CRML e os Nucleos O Comunista de Helder Costa e Pedro Batista ) passaria a considerá-la a Comuna Portuguesa
Em 1936 surgiria o campo de concentração do Tarrafal onde foram brutalizados anarquistas, socialistas e comunistas como Bento Gonçalves, então secretario geral do Partido Comunista Português, e Mário Castelhano, então líder da Confederação Geral do Trabalho, ambos sendo dos 34 mortos dos 340 presos !
Em 1933 a Constituição fascista era aprovada abrindo o poder institucional ao fascismo instaurando formalmente o regime fascio salazarento dominante durante 41 anos depois de 7 anos de ditadura militar e relevando-se uma santa aliança militar-igreja católica só derrubada pelo papa Paulo VI que, a 1 de julho de 1970, recebe lideres dos movimentos de libertação das colónias portuguesa.
Desde cedo que a Primeira República Portuguesa (implantada a 5 de outubro de 2010) deu sinais de fragilidade. Num período de 16 anos, que terminou a 28 de maio, a República Portuguesa teve sete parlamentos, oito presidentes da República, 39 Governos, 40 chefes de Governo, uma junta constitucional e uma junta revolucionária.
Foi em Lisboa, a 19 de outubro de 1921, que uma milícia de marinheiros e arsenalistas organizou uma revolta militar, na sequência da qual foram assassinados, entre outros, António Granjo, presidente do Ministério, Machado Santos e Carlos da Maia (personalidades históricas da Implantação da República Portuguesa). A revolta decorreu no seguimento da demissão do 28.º Governo Republicano, encabeçado por Liberato Pinto.
Foi um período de instabilidade constante, repleto de agitação social e de ameaças de golpe. Exemplos práticos do ambiente que se vivia são a Noite Sangrenta a 19 de outubro de 1921, e a Revolta de 18 de abril de 1925 prenúncios da revolução de 1926.
No início dos anos 20 do século XX, depois da I Guerra Mundial, a instabilidade aumentou: além dos graves problemas financeiros (que se agravaram com a participação de Portugal na guerra), os Governos caíam constantemente (foram 23, entre 1920 e 1926), a agitação social cresceu também, com ameaças de atentados e forte atividade anarco-sindicalista.
No meio de toda a instabilidade política da altura, muitos eram os rumores de golpes que corriam.
O general Manuel Gomes da Costafoi sempre o principal apontado para dirigir uma revolução, o que acabou por acontecer.
Estava marcado para o dia 28 de maio um Congresso Mariano, claro, em Braga, cidade conhecida pela ligação à religião e uma das mais populosas do país.
O evento reunia na cidade as principais figuras do conservadorismo católico, que estavam descontentes com as medidas anticlericais dos Republicanos, e entre as quais se destacava Francisco Cunha Leal, na altura líder da União Liberal Republicana.
Às seis da manhã do dia 28 eclode a revolução, pelas mãos do general Gomes da Costa, que, juntamente com os militares, logo ganha o apoio dos civis da região do Minho.
No mesmo dia, em Lisboa, formou-se uma Junta de Salvação Pública, chefiada pelo almirante José Mendes Cabeçadas, que entregou um manifesto ao então Presidente da República, Bernardino Machado.
A 29 de maio, após a guarnição de Lisboa aderir em massa ao movimento e do General Óscar Carmona assumir o comando da 4.ª divisão do Exército, em Elvas, o Governo de António Maria da Silva apresenta a demissão a Bernardino Machado.
Após a demissão do Governo, Mendes Cabeçadas aceitou o convite de Bernardino Machado para formar um Executivo, convite que fez com que Gomes da Costa ordenasse a todas as unidades militares envolvidas no golpe que se retirassem.
A 3 de junho, Mendes Cabeçadas distribui funções no Governo e entrega a Gomes da Costa as pastas da Guerra, Marinha e Colónias. Ezequiel Pereira de Campos ficou com a pasta da Agricultura, António de Oliveira Salazar ficou com as Finanças, Joaquim Mendes dos Remédios com a Instrução Pública, e Manuel Rodrigues Júnior com a Justiça.
As unidades militares que aderiram foram,
1.ª divisão : Lisboa
2.ª divisão : Viseu
3.ª divisão : Porto
4.ª divisão : Évora
5.ª divisão : Coimbra
6.ª divisão : Vila Real
7.ª divisão : Tomar
8.ª divisão : Braga
No dia seguinte, após um encontro com Gomes da Costa na Amadora, para clarificar o propósito do novo Governo, Mendes dos Remédios e Manuel Rodrigues voltam a Lisboa para tomar posse, enquanto que Salazar regressa a Coimbra.
O movimento termina a 6 de junho de 1926, na Avenida da Liberdade (Lisboa,) onde, após tomar posse, Gomes da Costa comanda um desfile militar de 15 mil homens, para celebrar a vitória.
Começa, então, a ditadura militar, que suspende a Constituição de 1911, dissolve o Parlamento e estabelece a censura.
Em 1928, torna-se numa ditadura nacional. Óscar Carmona é eleito, através de sufrágio universal, Presidente da República.
António de Oliveira Salazar é novamente convidado para a pasta das Finanças, para equilibrar as finanças públicas do país.
Em 1932, Salazar é nomeado presidente do Conselho de Ministros e em 1933 é referendada uma nova Constituição, documento fundador do Estado Novo, regime que acabou por se manter durante 38 anos, até existir novo pronunciamento militar, a 25 de abril de 1974.
42 anos depois cairam … e 51 anos depois olhamos estupfatos para a ascensão do fascismo!