A Lone Star Funds, até agora acionista maioritária, é uma firma líder em private equity, especializada na assessoria de fundos com investimentos globais em imóveis, ações corporativas, crédito e outros ativos financeiros. Desde a sua criação em 1995, já organizou 25 fundos, com compromissos de capital agregados superiores a 95 mil milhões de dólares.
Com esta transação, o antigo BES, reestruturado como Novo Banco após o colapso do império Espírito Santo, muda novamente de mãos — desta vez para o Banque Populaire Caisse d'Épargne (BPCE), um dos maiores grupos bancários franceses, resultado da fusão em 2009 de dois grandes bancos cooperativos. Em 2021, o BPCE ocupava o 4.º lugar no sistema bancário francês, o 7.º na Europa e era o 19.º maior banco do mundo em ativos totais.
Lembremos a imensa fraude que leva o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho a afirmar à saída do tribunal onde foi ouvido como testemunha no caso BES, que não se sente "responsável pelo que se passou no Banco Espírito Santo, porque não tinha responsabilidades" neste banco e claro o governo nem perante a necessidade estranha do PR Cavaco Silva pôr a mao no fogo pelo BES se sentiu alertado perante a evidente nascente crise. "Creio que agi de acordo com a interpretação que fiz, que era do interesse coletivo, do Estado e nacional".
Em declarações aos jornalistas considerou, contudo, que "houve responsabilidades" e que estas terão "de ser apuradas". "Espero que haja a possibilidade de se identificar as responsabilidades",
(Sabado ), empurrando o caso para o “intocável” Cavaco Silva?
Como sabemos a Lone Star acordou com o grupo bancário francês BPCE para a venda do Novo Banco por algo como 6.400 milhões de euros para 100% do capital social,
Sabemos que Credores do BES reclamam indemnizações de 350 milhões de euros ao Fundo de Resolução mas so o presidente da ABESD, Francisco Carvalho, lembrou que esta associação de lesados do BES notificou o Governo português para, criar o fundo de recuperação parcial de perdas (dando seguimento ao trabalho feito pela comissão de peritos da Ordem dos Advogados em 2019) e depois de várias promessas políticas que não se cumpriram.
Segundo o responsável da associação , a notificação foi enviada ao Governo enquanto instituição, independentemente dos partidos que formarem executivo.
“Se o Governo, qualquer que ele seja, não resolver vamos à Comissão Europeia fazer uma queixa formal contra o Estado português”, disse à Lusa, considerando que o Estado português não está a cumprir a diretiva europeia que prevê reparação financeira das vítimas.
Para a ABESD, uma solução é o fundo ser financiado pelos bens arrestados no processo-crime do BES/GES, pois em causa estão 2.000 lesados que perderam cerca de 300 milhões de euros no BES e o valor total dos bens arrestados a gestores do BES (dinheiro, património, obras de arte, participações em empresas) é superior a 5.000 milhões de euros.
O Novo Banco, S.A ja informa que o seu acionista maioritário, a Nani Holdings S.à r.l. (uma entidade detida pela Lone Star Funds), assinou um Memorando de Entendimento para a venda da sua posição acionista ao BPCE, por um montante equivalente a uma valorização de aproximadamente Euro6,4 mil milhões, no final de 2025, para 100% do capital social", lê-se num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) com a conclusão da transação está prevista para o primeiro semestre de 2026.
Também num comunicado divulgado hoje, o BPCE avança estar "em conversações com o Governo português e com o Fundo de Resolução Bancária com vista à aquisição das suas participações no novobanco (11,5% e 13,5%, respetivamente), em condições idênticas".
O grupo francês destaca que a compra do Novo Banco, "representando um montante de aproximadamente 6.400 milhões de euros (para 100% do capital) e um múltiplo de cerca de 9x os ganhos anuais, é a maior aquisição transnacional na zona euro em mais de 10 anos".
"Após a conclusão da transação, Portugal tornar-se-á o segundo maior mercado retalhista nacional do Grupo", enfatiza.
Empregando o NB atualmente mais de 3.000 pessoas em Portugal, o BPCE refere que a abertura em 2017 de um centro de competências multiempresarial no Porto "veio aprofundar os vínculos locais".
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Foto de destaque: Vitor Roldan Soares