A mae, mulher claro, estava, um apontamento ao que parece mais importante que procurar conhecer os sentimentos que envolveram o abandono, "visivelmente embriagada na via pública" e foi localizada pelas 9h30, indicou à Lusa a PSP.
A noticia foi “tão sem importância” que a PSP chegou a anunciar inicialmente que se tratava de um menino, informação posteriormente corrigida para uma menina.
Desconhecendo-se o pai, a mãe e a criança são apresentadas como sendo de São Tomé e Príncipe.
A pobre da criança foi encontrada dentro de um carrinho de bebé por um transeunte que testemunhou uma pessoa a deixar o referido carrinho na Avenida 5 de Outubro num alerta dado às 06h10.
Meios policias dirigiram-se para o local, e a criança foi transportada para o Hospital Dona Estefânia, de forma a ser vista por profissionais de saúde, como relatou a PSP, mas que, quando foi encontrada, estava num estado "normal" de saúde.
Cerca das 09h30, a mãe da criança foi localizada quando a polícia estava a fazer diligências na zona para a obtenção de prova, tendo detetado a mulher nas imagens de videovigilância.
"Foi vista na rua e foi intercetada e agora está a ser inquirida na 11.ª esquadra da PSP, na Penha de França", apontou a mesma fonte.
A criança"não indicia nenhum cuidado específico", referiu a PSP, acrescentando que a menina, de 3 anos, tem "uma deficiência congénita, uma malformação".
Quanto à mãe, com idade "à volta de 25 anos", continua a ser inquirida na esquadra e a PSP está a ponderar, juntamente com o procurador de turno do Ministério Público, proceder à detenção através da emissão de um mandado de detenção fora de flagrante delito.
A mulher "foi encontrada visivelmente embriagada na via pública", adiantou a PSP, acrescentando que a informação que dispõe é de que "esteve num bar durante a madrugada e, depois de ter saído do bar, terá deixado a criança na via pública".
O discurso da mulher "não é coerente" e apresenta "ideias dispares cada vez que fala", tendo inclusive começado por dizer que a criança tinha sido raptada.
A criança vai continuar no hospital até que seja dada alta por parte de um médico, explicou a polícia, acrescentando que deverá ser necessário acionar uma linha de emergência para que seja acolhida numa instituição.
A mãe desta criança incorre num crime de exposição ou abandono, expôs a PSP…, nada estando dito quanto ao pai…
Ora este caso, como o do bebé e da mae de Santa Apolónia tem um ambiente socio cultural de onde sai - os sem abrigo!
“Temos 3.378 pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa e, dessas, 594 não têm teto”, declarou o sr Carlos Moedas, o presidente da CML, do PSD durante a inauguração do projeto “Unidade Municipal de Prevenção e Autonomia”, na freguesia lisboeta do Beato.
Este projeto vai acolher quem está a viver na rua há menos de um mês, prevenindo que permaneçam em situação de sem-abrigo.
Em comparação aos números de 2022, os dados divulgados pelo presidente da câmara apontam para um aumento de 240 pessoas em situação de sem-abrigo, de 3.138 em 2022 para 3.378 em 2023, inclusive mais 200 sem teto, de 394 em 2022 para 594 em 2023.
O autarca de Lisboa entretanto disse que Portugal tem 10.000 pessoas em situação de sem-abrigo, mas apenas 5.000 vagas de acolhimento, das quais 2.800 na capital.
Carlos Moedas lembrou a implementação do Plano Municipal para a Pessoa em Situação de Sem-Abrigo, que prevê um investimento de 70 milhões de euros em sete anos, entre 2024 e 2030, com o aumento das vagas de acolhimento, de 1.000 para 2.000, e a aposta na prevenção.
Os dados de 2022, divulgados em maio de 2023 pela Equipa de Projeto do Plano Municipal para Pessoas em Situação de Sem-Abrigo 2019—2023 (EPPMPSSA), contabilizavam 3.138 pessoas em situação de sem-abrigo, das quais 2.744 sem casa e 394 sem teto.
Nessa altura, o coordenador do plano municipal nesta área, Paulo Santos, realçou a existência de 394 pessoas em situação de sem-abrigo a dormir na rua no final de 2022, o que correspondia a um aumento de cerca de 90 pessoas comparativamente a 2021 pelo que “se está a verificar é um aumento de pessoas nesta condição [sem-abrigo sem teto], neste caso cerca de 90 pessoas”, segundos dados de 31 de dezembro de 2022, revelou Paulo Santos.
“De 2020 para cá, há uma inflexão, sendo que no ano de 2022, apesar de haver uma redução do número de pessoas sem casa [a viver em alojamentos temporários], há um aumento das pessoas que estão em situação de rua [a viver no espaço público, alojadas em abrigos de emergência ou com paradeiro em local precário]”, indicou o responsável, explicando que a redução das pessoas sem casa estava relacionada com a diminuição do número de requerentes de asilo na cidade de Lisboa.
Segundo os dados apresentados sobre as pessoas em situação de sem-abrigo em Lisboa, em 2018 foram identificados um total de 2.473 cidadãos (2.112 sem casa e 361 sem teto), em 2019 aumentou para 3.178 (2.713 sem casa e 465 sem teto), em 2020 subiu para 3.811 (3.364 sem casa e 447 sem teto), em 2021 reduziu para 3.328 (3.021 sem casa e 307 sem teto) e em 2022 contabilizavam-se 3.138 (2.744 sem casa e 394 sem teto).
“Durante o ano de 2022, tivemos 87 pessoas que se autonomizaram por completo e já não entram nestes números, são pessoas autónomas e estão a fazer o seu percurso e o seu projeto de vida”, apontou Paulo Santos.
A nível nacional, em 2021 estavam identificadas 9.604 pessoas em situação de sem-abrigo, o que significa que “cerca de 1/3 das pessoas em situação de sem-abrigo estão concentradas na cidade de Lisboa”, afirmou o coordenador da EPPMPSSA.
Esta realidade alimenta os casos de abandono de crianças que ao que parece e conforme com os dados, em 2023, mostram 9.215 recém-nascidos que não tiveram a paternidade registrada
E claro que para nada importa também a inexistência de educação sexual neste tempo de abuso do hedonismo descabelado e sem qualquer intuito filosófico!
Joffre Justino