No entanto o importante foram as dúvidas sobre acapacidade do Governo para cumpriras metas de forte contenção da despesa na Saúde previstas na proposta de Orçamento do Estado para 2026

(OE2026),

No âmbito da discussão na especialidade do OE2026, explicou aos deputados a avaliação que a entidade a que preside fez sobre o OE26.

Num relatório publicado há

duas semanas, o CFP estimou que, em vez do excedente de 0,1% do produto interno bruto (PIB) projectado pelo Governo, o resultado orçamental acabe por ser um défice de 0,6% do PIB, sem que hajam explicações no OE2026 para a evolução mais favorável de algumas despesas, como as com a Saúde, numa estratégia que, disse o conselho, lembra “práticas que, no passado, limitaram a transparência e a credibilidade da política orçamental”.

Os deputados do PSD, acusaram o CFP de apresentar previsões orçamentais “completamente desalinhadas”, e mostraram “dúvidas sobre a racionalidade e metodologia utilizada” pela instituição.

Nazaré da Costa Cabral salientou que o CFP, nas suas previsões, tem de actuar “numa base de prudência”, e que, por isso, nãopôde levar integralmente em conta cortes na despesa para os quais não foi dada pelo Governo uma explicação completa.

Neste capítulo, a contenção da despesa antecipada pelo executivo para o sector da saúde, tanto para 2026,  como, desde logo, para a segunda metade deste ano, foi o principal exemplo dado pela presidente do

CFP. “Não obtivemos, junto do Ministério das Finanças, fundamentação cabal para a redução projectada”,

disse aos deputados, recordando  que as despesas de consumo intermédio na saúde terem subido 6,6% e de 7,5% em 2023 e 2024, respectivamente, o Governo pressupõe agora uma previsao para 2025 com um aumento de 1,15%. “Na execução do primeiro semestre de 2025, a despesa com Saúde já está a crescer 3,9%”, assinalou Nazaré da Costa

Cabral.

Entrando ainda no tema do eventual aumento adicional das pensões de forma permanente, Nazaré da Costa Cabral não concordou com a ideia de utilizar os excedentes da Segurança Social para financiar acréscimos adicionais nas pensões actuais.

“Os excedentes do sistema previdencial devem ser usados para servir o sistema previdencial”, e não para medidas de carácter redistributivo que, disse, “devem ser financiadas pelo OE”.

Considera por isso que a totalidade dos excedentes da Segurança Social devem ser alocados ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, a almofada financeira que pode permitir, num momento em que o sistema se torne deficitário, assegurar o pagamento das pensões aos

futuros beneficiários