O acordo hoje alcançado, que prevê 192.768,1 milhões de euros em dotações de autorização e 190.091,6 milhões de euros em dotações de pagamento, foi apoiado pelo PPE, ( onde está o PSD). S&D, ( onde está o PS ) ECR, Renew e pelos Verdes.
O Parlamento reverteu os cortes propostos pelo Conselho, verificando-se assim um financiamento adicional de 372,7 milhões de euros, em relação ao projeto de orçamento 2026.
A França foi como de costume comprada com o financiamento para medidas de promoção dos produtos agrícolas europeus, no âmbito do Fundo Europeu Agrícola de Garantia (FEAGA), que foi aumentado em 105 milhões de euros.
Ainda, o mecanismo de financiamento em cascata EURI foi aplicado para suportar os custos superiores ao previsto, com os juros do pacote de recuperação económica NextGenerationEU.
Os valores que excedem a programação financeira vão ser custeados através da mobilização de 50% das "margens e flexibilidades orçamentais" e de metade das anulações recolhidas ao longo do período do Quadro Financeiro Plurianual.
O Parlamento alcançou também um aumento de 28 funcionários para o Tribunal de Justiça da União Europeia e para o Supervisor de Proteção de Dados.
Os orçamentos do Provedor da Justiça e do Serviço Europeu para a Ação Externa foram também reforçados, de modo a melhorar as condições de segurança dos edifícios diplomáticos.
Citado na mesma nota, o eurodeputado Hélder Sousa Silva, que participou nas reuniões de conciliação disse que "face aos atuais constrangimentos orçamentais, este foi o acordo possível e que salvaguarda os interesses dos contribuintes europeus".
Mas essa nao foi a posiçao de A Esquerda que divulgou,
Mais militares, menos sociais
Em uma votação que ocorrerá ainda hoje sobre o orçamento multibilionário da União Europeia para 2026, espera-se que o Parlamento aprove o aumento da militarização, desviando dinheiro dos contribuintes de fundos de coesão e sociais para gastos com defesa. A esquerda se opõe.
Segundo a posição do Parlamento Europeu votada após o meio-dia de hoje, o Fundo de Coesão e o Fundo Social Europeu (FSE+) não receberão aumentos significativos de gastos. Os verdadeiros beneficiados serão os fabricantes de armas e as indústrias bélicas europeias, com mais de 600 milhões de euros em gastos adicionais com defesa aprovados pelo Parlamento Europeu para medidas como o Programa Europeu da Indústria de Defesa (EDIP).
Em discurso no plenário do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o relator-sombra do partido A Esquerda para o orçamento de 2026, João Oliveira (PCP, Portugal), afirmou: “A revisão intercalar do atual quadro financeiro plurianual evidenciou o desvio de recursos orçamentais para o militarismo e a guerra, bem como para a política de expulsão de migrantes, ignorando as necessidades dos povos e o desenvolvimento nacional. Esta proposta de orçamento da União Europeia para 2026 reflete e aprofunda essas escolhas, relegando ainda mais para trás a resposta aos problemas reais de cada país e de cada povo, relegando-a a um segundo plano em relação às prioridades e aos objetivos do orçamento. Este não é um orçamento para o progresso, o desenvolvimento ou a justiça social. É um orçamento para a regressão e o agravamento da desigualdade.”
O Fundo Integrado de Gestão de Fronteiras (IBMF) também deverá receber um aumento, de acordo com as propostas do Parlamento, que reforçam as políticas da Fortaleza Europa, responsáveis pela morte de dezenas de milhares de pessoas nas fronteiras externas da Europa.
A esquerda continua a opor-se à abordagem desta Comissão Europeia de reduzir o financiamento para o clima e para a sociedade em favor de fabricantes de armamento e empresas já lucrativas.