Divulgada pela Reuters, que citou uma publicação da embaixada chinesa no Brasil feita no último domingo, 03.08, a  medida entrou em vigor a  30 de julho e permitirá que os exportadores brasileiros atinjam  novas oportunidades num cenário de incerteza no comércio global.

O movimento é  uma  resposta direta à decisão do governo do presidente dos Estados Unidos, Trump, que anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café, com início previsto para 6 de agosto.

O setor brasileiro exporta anualmente cerca de 8 milhões de sacas para processadores estadunidenses, e a nova barreira tarifária trumpista representa um impacto significativo para a cadeia de produção e comércio do grão.

Segundo a Reuters, os certificados de exportação concedidos pela China terão validade de cinco anos.

A abertura é uma alternativa relevante para os exportadores do Brasil, que procura  reduzir a dependência do mercado estadunidense.

Em junho, o Brasil exportou 440.034 sacas de 60 quilos para os EUA volume quase oito vezes superior ao embarcado para a China, que recebeu pouco menos de 56 mil sacas no mesmo período, de acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe).

O Brasil é responsável por cerca de um terço da procura  anual de café dos Estados Unidos, numa relação comercial avaliada em aproximadamente US$ 4,4 biliões nos últimos 12 meses encerrados em junho.

Esta decisão chinesa de ampliar o acesso ao seu mercado é  uma reconfiguração estratégica para os exportadores brasileiros, que podem ter na Ásia um novo vetor de crescimento diante das medidas protecionistas de Washington.

O Ministério da Agricultura e o Cecafe não comentaram imediatamente a decisão. Já a autoridade alfandegária da China não pôde ser contatada, pois o anúncio ocorreu fora do horário comercial no país asiático.