O movimento é uma resposta direta à decisão do governo do presidente dos Estados Unidos, Trump, que anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo o café, com início previsto para 6 de agosto.
O setor brasileiro exporta anualmente cerca de 8 milhões de sacas para processadores estadunidenses, e a nova barreira tarifária trumpista representa um impacto significativo para a cadeia de produção e comércio do grão.
Segundo a Reuters, os certificados de exportação concedidos pela China terão validade de cinco anos.
A abertura é uma alternativa relevante para os exportadores do Brasil, que procura reduzir a dependência do mercado estadunidense.
Em junho, o Brasil exportou 440.034 sacas de 60 quilos para os EUA volume quase oito vezes superior ao embarcado para a China, que recebeu pouco menos de 56 mil sacas no mesmo período, de acordo com dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe).
O Brasil é responsável por cerca de um terço da procura anual de café dos Estados Unidos, numa relação comercial avaliada em aproximadamente US$ 4,4 biliões nos últimos 12 meses encerrados em junho.
Esta decisão chinesa de ampliar o acesso ao seu mercado é uma reconfiguração estratégica para os exportadores brasileiros, que podem ter na Ásia um novo vetor de crescimento diante das medidas protecionistas de Washington.
O Ministério da Agricultura e o Cecafe não comentaram imediatamente a decisão. Já a autoridade alfandegária da China não pôde ser contatada, pois o anúncio ocorreu fora do horário comercial no país asiático.