Os Jardins do Bombarda, em Lisboa, recebem as festividades da revista, mas há limitações de tempo e espaço, o que continua a colocar em causa a essencial fonte de rendimento para que a redação se possa manter. 

“Depois de termos divulgado nas redes sociais o que estava a acontecer, contactámos os Jardins do Bombarda, porque sabíamos que tinham um espaço e que estão sempre recetivos a receber coletivos como o nosso. Eles disseram-nos que tinham os dias 7, 8, 10 e 13 [de junho] disponíveis para nós podermos fazer lá a festa e foi assim que aconteceu”, começou por contar  a diretora-executiva da Divergente, Sofia da Palma Rodrigues, em declarações à TSF

Ainda assim, "continua a ser um enorme prejuízo".A responsável explicou que, feitas as contas, seria preciso alcançar um lucro de 16 mil euros para pagar despesas em tribunal e a renda da redação. 

“Na rua conseguimos fazer a festa todos os dias até à 01h00 e no dia dos Santos Populares até às 03h00. Este ano vamos poder estar todos os dias só até às 00h00 e não vamos poder fazer o dia dos Santos Populares, porque os jardins do Bombada já não tinham disponibilidade”, adiantou. 

Sofia da Palma Rodrigues voltou a insistir que a Divergente está “a ser alvo de uma enorme injustiça” e, por isso, decidiu avançar com uma providência cautelar

O projeto jornalístico ainda chegou a ser convocado pela Junta de Freguesia de Arroios para uma reunião, mas que a mesma acabou por ser cancelada pelo executivo liderado por Madalena Natividade por avançarem com uma queixa à Provedoria da Justiça. 

 

“Desde então, os nossos advogados já enviaram pelo menos dois e-mails a tentar uma saída diplomática, a tentar conversar, mas não há qualquer resposta”, lamentou Sofia da Palma Rodrigues. 

“Será muito difícil” lutar contra a “má vontade” da autarquia, mas a diretora-executiva da Divergente não perde a "esperança” de voltar a realizar o habitual arraial em frente à redação. 

 

Não há uma justificação. A questão das obras é uma falsa questão, porque deram uma licença ao Clube Atlético de Arroios no sítio onde estão a ser feitas a obra. Ouvimos na rua que vão mudar o estaleiro de obra, entre hoje [segunda-feira] e amanhã, para a frente da nossa sede, o que não deixa de ser curioso.

Autarquia cancelou reunião com a Divergente

Este projeto jornalístico online e independente tem morada na Rua de Arroios, em Lisboa. Em fevereiro, foi comunicado que a zona ia estar em obras durante seis meses. Foi, por isso, desde logo pedida uma reunião com a presidente da junta de freguesia, Madalena Natividade.   

Neste encontro foram propostas várias alternativas: o Jardim Constantino, o Campo Mártires da Pátria, o Largo do Intendente, o Mercado de Arroios e o Jardim do Caracol foram alguns dos locais mencionados. A todas foi-lhes dito que não era possível. 

A Divergente aponta como causa provável para o parecer negativo o facto de o evento ser aberto à "comunidade LGBTQI+ e africana". A Junta de Freguesia de Arroios nega e garante que todas as decisões foram "tomadas com base em critérios técnicos, respeitando os princípios de segurança".