Num jantar com militantes, Paulo Raimundo falou ainda em "descaramento" e "hipocrisia" de Luís Montenegro.

"O primeiro-ministro teve o descaramento de dizer que, se o pacote laboral for para a frente, Portugal pode crescer 3, 4, 5, 6 por cento e o salário mínimo vai para os 1.500 ou 1.600 euros. Isto é que é gozar com quem trabalha, porque o primeiro-ministro sabe, e sabe bem, e daí a sua profunda hipocrisia, daí o seu profundo desrespeito para quem trabalha, sabe bem que os trabalhadores com vínculos precários, que aqueles que estão na precariedade ganham, em média, menos 20% do que os outros trabalhadores", referiu.

Para o líder do PCP, a pretendida alteração das leis do trabalho so vai  "generalizar a precariedade para todos os trabalhadores".

E emtao vir dizer seja o que for  sobre o  aumento do salário mínimo nacional para 1.500 ou 1.600 euros "a reboque" da alteração da legislação "é uma afronta, um desrespeito e uma razão acrescida para o combate ao pacote laboral".

Na sexta-feira, Luís Montenegro tinha sugerido aproveitar a oportunidade da possível mudança das leis laborais para elevar o salário mínimo para os 1.500 euros e o médio para 2.000 ou 2.500.

No sábado, na desesperada correria para enganar o proximo veio  aumentar ainda mais os objetivos e apontou para 1.600 euros de salário mínimo e 3.000 euros de médio.

Para Paulo Raimundo, as alterações pretendidas ao pacote laboral constituem "um ataque brutal às horas extraordinárias".

"É uma afronta para quem trabalha, é um desrespeito para com os trabalhadores", disse ainda, acusando PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal de quererem "mais bancos de horas, mais horas de trabalho, mais horas de trabalho não pagas, mais desregulação dos horários, corte no pagamento das horas extraordinárias, mais contratos a prazo, mais falsos recibos verdes, mais subcontratação, mais ataques às mães e aos pais e despedimentos sem justa causa".

Por isso, o líder comunista apelou a uma forte participação na greve geral de 11 de dezembro, para lutar contra o pacote laboral.

Admitiu que o pacote "não vai ser derrotado" nesse dia e que "as lutas vão ter de continuar", mas sublinhou que a greve geral será "um momento importante" para mostrar o descontentamento.

"É a vida de cada um que está em causa", disse ainda.