“Há, objetivamente, uma responsabilidade política que tem de ser assumida”, afirmou à agência Lusa o vereador do PS Pedro Anastácio, defendeu  a demissão de Filipe Anacoreta Correia, o responsavel  pela  a Carris, e lembrou  que o autarca do CDS-PP disse, dias após o acidente com o elevador da Glória, que se existisse alguém a assumir a responsabilidade política seria ele e não o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD).

O descarrilamento do elevador da Glória, sob gestão da empresa municipal Carris, ocorreu no dia 3 setembro e provocou 16 mortos e duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

Independentemente do pedido de demissão por parte do PS, Filipe Anacoreta Correia sairá do executivo municipal no final do atual mandato, pois  não integrou as listas candidatas às eleições autárquicas de 12 de outubro, que culminaram com a reeleição de Carlos Moedas.

Numa  reunião extraordinária do executivo municipal, na quarta-feira, o socialista Pedro Anastácio formalizou um pedido excecional para que o acidente com o elevador da Glória fosse abordado, na sequência do relatório preliminar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), divulgado na segunda-feira.

O vereador do PS acentuou  que o atual conselho da administração da empresa municipal Carris “não pode manter-se nem mais um dia, porque além das falhas que se conhecem hoje e que têm de ser assumidas integralmente, trabalham diariamente para preparar a sua defesa em processos judiciais que antecipam, em vez da prossecução do interesse político”.

ACâmara de Lisboa ja revelou, em comunicado, que o presidente da Carris, Pedro de Brito Bogas, apresentou a renúncia ao cargo, resignação que é extensível a todos os restantes elementos do conselho de administração, e que foi aceite pelo presidente da autarquia.

A renúncia não tem efeitos imediatos, e o vereador do PS Pedro Anastácio vê aí  motivo de preocupação, porque tal poderá fazer com que o conselho de administração se mantenha no cargo “por um largo período”.

 

Interrogando quando é que a administração da Carris sairá de funções, Pedro Anastácio criticou ainda a “cultura de irresponsabilidade” por parte da liderança PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa.

cia, recuperar a confiança na Carris, no transporte público.

A população que usa os transportes e estruturas de mobilidade precisa de saber que está em segurança num veículo, chegar a casa a salvo de falhas de manutenção”, defenderam os Cidadãos Por Lisboa.

Para a vereação do Livre, a renúncia da administração da Carris era “expectável", em resultado do relatório do GPIAAF, por "razões de natureza técnica e decorrente de decisões de gestão da empresa", mas “continuam por assumir as responsabilidades políticas”.

“Portugal tem de decidir se é um país onde se apuram apenas as responsabilidades técnicas e em que qualquer autarca ou decisor político irá terceirizar serviços ou decisões para se proteger de responsabilidades políticas. […] As responsabilidades políticas devem, acima de tudo, ser assumidas por quem as tem, não sendo necessário alguém as cobrar. Nesse sentido, alguém deve refletir sobre se politicamente exerceu com zelo as suas funções”, defendeu o Livre.