"Em todas elas enfrentou com grande coragem o embate com os esbirros da PIDE [Polícia Internacional e de Defesa do Estado]", salientou o partido, que informou da sua morte "com profunda mágoa e tristeza", transmitindo "às suas filhas, netas e bisnetos as suas sentidas condolências".

O corpo de Manuel Pedro vai estar hoje em câmara ardente, a partir das 17h30, na capela da Boa Hora, na Ajuda, em Lisboa, e o funeral realiza-se na terça-feira, 02 de dezembro, saindo pelas 13h30 para o cemitério de Barcarena, onde será cremado pelas 14h40.

Manuel Pedro foi um dos fundadores e dirigente do Cineclube Imagem e fez parte da delegação de jovens portugueses ao 6.º Festival Internacional da Juventude e dos Estudantes em Moscovo, em 1957.

Foi preso pela primeira vez em 1958, quando era empregado de seguros, e pela segunda vez em 1959, já nos quadros de funcionários do PCP.

Enquanto funcionário clandestino foi responsável pelo Setor do Baixo-Ribatejo, membro da Direcção Regional de Lisboa e do Comité Local de Lisboa até à sua última prisão, em maio de 1969.

"Ao longo da sua vida de revolucionário teve sempre a seu lado a sua companheira Maria Júlia. Com ela compartilhou a vida clandestina, as agruras da repressão fascista, da prisão e a separação das filhas", realçou o partido.

Manuel Pedro foi libertado do Forte de Peniche em 27 de abril de 1974, dois dias após a Revolução do 25 de Abril, assumindo de imediato tarefas na Organização Regional de Lisboa.

Foi ainda membro do Comité Central do PCP de 1974 até 1988 e, segundo a mesma nota, "enquanto lhe foi fisicamente possível, desempenhou tarefas junto dos organismo executivos do Comité Central".

Manuel Pedro tem dois livros editados sobre a sua experiência de vida e militância: "Sonhos de Poeta, Vida de Revolucionário" e "Resistentes".

"Com uma vida entregue ao partido, ao seu ideal e projeto, Manuel Pedro é um exemplo de coragem, frontalidade e firmeza, exemplo de militante inteiramente dedicado aos interesses dos trabalhadores e do povo, na luta diária por um Portugal democrático, tendo sempre presente a construção do socialismo e do comunismo", sublinhou o PCP.