Os dois partidos.  PCP e BE, acusaram no sábado , 08.11., o Governo de estar capturado pelos grandes grupos económicos e por governar com a ideologia da 'troika'.

Foi assim a  resposta ao primeiro-ministro, que falou em captura das centrais sindicais por interesses de partidos políticos.

Estas posições foram assumidas pelo secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, e pela coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas, durante a marcha nacional convocada pela CGTP contra o pacote laboral do Governo PSD/CDS-PP, em Lisboa.

A afirmação do primeiro-ministro e presidente do PSD sobre uma possível "captura do interesse dos trabalhadores e da atividade dos sindicatos por interesses de partidos políticos que estão intimamente ligados a centrais sindicais", levou Paulo Raimundo e Mariana Mortágua devolverem a acusação a Luís Montenegro, associando o executivo PSD/CDS-PP aos interesses dos grandes grupos económicos.

"Tem a lata de falar sobre sindicatos capturados? É um Governo capturado pela banca, pelas maiores empresas e grupos económicos do país e que quer atacar quem trabalha, como a direita faz, sistematicamente, quando chega ao poder", denunciou a coordenadora nacional do BE.

Para  Mariana Mortágua, a proposta de Orçamento do Estado apresentada para 2026, "com uma borla imensa à banca, uma descida de impostos nunca vista aos bancos de centenas de milhões de euros", demonstra que "o Governo está capturado pelos interesses privados e dos grandes grupos económicos".

Tambem o secretário-geral do PCP teve uma reação semelhante: "É preciso uma grande lata. Um Governo e um primeiro-ministro que têm como objetivo aumentar mais a precariedade para além daquela que já existe e já é aos milhares".

"Nós temos um Governo, e em particular quatro partidos, PSD, CDS, Chega e IL, completamente capturados e nas mãos dos grandes grupos económicos", acusou Paulo Raimundo, apontando: "Veja-se o Orçamento do Estado, veja-se os benefícios fiscais, veja-se a descida dos impostos sobre os lucros, veja-se isso tudo".

"Quem está capturado pelos grandes interesses é o Governo e os partidos do Governo", reforçou.

Por sua vez, Mariana Mortágua considerou que o executivo PSD/CDS-PP e  de  Luís Montenegro é até, "em muitas medidas, mais ideológico do que o Governo durante a 'troika'", período em que "havia a desculpa de haver um memorando".

"Agora não há nenhuma desculpa. Este é um Governo ideológico e tem um programa para o país: é o programa de liberalizar, de privatizar, de vender aquilo que resta do serviço público, de atacar o trabalho, de precarizar as relações laborais e de diminuir os salários", sustentou.

O anteprojeto do Governo de revisão da legislação laboral, que motivou a manifestação de hoje e a convocação de uma greve geral para 11 de dezembro, contém, entre outras alterações, a extensão da duração dos contratos a prazo, o regresso do banco de horas individual, o fim do travão à contratação externa após despedimentos, a revisão das licenças parentais e o reforço dos serviços mínimos obrigatórios em caso de greve.

De viagem no Brasil, o primeiro-ministro considerou que "os representantes dos sindicatos têm de explicar" porque partem para um "protesto dessa dimensão" quando ainda se está "a discutir com os parceiros sociais" e falou numa possível "captura do interesse dos trabalhadores e da atividade dos sindicatos por interesses de partidos políticos que estão intimamente ligados a centrais sindicais".

Nós deixamos uma das imensas explicações - dialogo social que quase nunca enquadra a maioria para nao dizer a unica central sindical?