“A anunciada venda do Novo Banco a um grupo francês da banca de investimento é o culminar de um processo que representa um inaceitável assalto aos recursos do povo português”, denuncioi em comunicado, o Partido Comunista Português (PCP).

O acordo da  Lone Star com o grupo bancário francês BPCE para a venda do Novo Banco por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social com uma conclusao conclusão da transação prevista para o primeiro semestre de 2026 está agora em processo de contestação politica!

Para o PCP  a história do Banco Espírito Santo (BES) e do Novo Banco é um relato de um  assalto aos recursos nacionais, e lembrou  as opções do Governo PSD/CDS já nos tempos da troika que so  salvaguardaram os grandes acionistas do BES/GES, cuja propriedade não foi ameaçada.

Houve sistematicas  “opções de abdicação do interesse nacional” tamben por parte dos governos do PS, que decidiram a venda e o acordo de capital contingente, levando à “venda ao desbarato dos ativos”.

Para o PCP, o Governo mentiu sobre o valor da resolução, que não foi realizada por 3.900 milhões de euros, e o acordo de capital contingente constituiu uma garantia para “caucionar negócios obscuros e limpeza de dívidas”.

O partido disse que o interesse nacional não foi tido em conta em nenhuma fase do processo e acrescentou que o atual Governo PSD/CDS limitou-se a observar a entrega do Novo Banco a um grupo estrangeiro, tornando-se “cúmplice deste assalto aos recursos nacionais”.

Por tal o  PCP vai assim avançar com uma iniciativa na Assembleia da República para recuperar o controlo público do Novo Banco.

Diz o governo que “Esta venda, associada à distribuição de dividendos do Novobanco que ocorreu este ano, permite ao Estado recuperar quase 2.000 milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição”, salientou, em comunicado.

O Ministério das Finanças controla diretamente 11,46% do capital do Novo Banco, através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, estando os restantes 13,54% nas mãos do Fundo de Resolução.

O Fundo de Resolução anunciou já, em comunicado, que a venda da sua participação de 13,54% lhe permitirá um encaixe bruto de cerca de 866 milhões de euros.

Este valor, referiu o Fundo, acresce às verbas já recebidas do Novo Banco a título de distribuição de dividendos relativos aos resultados de 2024 (valor bruto: 30 milhões de euros) e no âmbito da redução de capital realizada já em 2025 (149 milhões de euros)”

Quanto à posição no Novo Banco detida pela Direção-Geral do Tesouro, deverá render cerca de 733 milhões de euros

O que o comunicado do PCP de 13 Junho 2025 nos relata,

 

“1. A anunciada venda do Novo Banco a um grupo francês da banca de investimento é o culminar de um processo que representa um inaceitável assalto aos recursos do povo português.

A venda do Novo Banco pela Lone Star, cujos contornos se conhecem parcialmente hoje, comprova a justeza da crítica do PCP a todo o processo de resolução e, especialmente, à entrega do Novo Banco a este fundo. A Lone Star, através da distribuição de dividendos, assegurou a recuperação integral dos mil milhões de euros que injectou no capital do Novo Banco – ficando com o seu controlo a custo zero – e decidiu agora a sua venda por 6,4 mil milhões de euros, obtendo um resultado de 4,8 mil milhões de euros sem qualquer investimento próprio. Na verdade, o valor de venda do Novo Banco foi integralmente assegurado pela injeção de mais de 8 mil milhões de euros públicos. O povo português pagou, um fundo dos EUA lucrou e um grupo económico francês ficou com ele.

2. A história do Banco Espírito Santo e do Novo Banco é uma história de assalto aos recursos nacionais.

O PCP relembra que as opções do governo PSD/CDS nos tempos da troika, apesar das mentiras de então, foram no sentido de salvaguardar os interesses dos grandes accionistas do BES/GES - cuja propriedade não foi ameaçada - e foram seguidas de uma sucessão de opções de abdicação do interesse nacional por parte dos governos PS – que decidiram a venda e o acordo de capital contingente que permitiu a venda ao desbarato dos activos.

Este desenvolvimento comprova o que o PCP sempre afirmou: o governo mentiu sobre o valor da resolução e a resolução não foi realizada por 3,9 mil milhões; o acordo de capital contingente funcionou como uma garantia para caucionar negócios obscuros e limpeza de dívidas; sucessivos governos mentiram quando afirmavam que a operação não teria custos para o Estado e que podia ter até proveitos; o interesse nacional não foi tido em conta em nenhuma fase de decisão do processo BES/Novo Banco, realidade que nem a receita de 1,6 mil milhões de euros que esta venda do Novo Banco representaria para o Estado desmente.

Quanto ao actual Governo PSD/CDS, este limitou-se a observar a entrega do Novo Banco a um grupo estrangeiro, abandonando a sua recuperação pelo Estado apesar dos 25% de capital (quer directamente, quer via Fundo de Resolução) que detém, e permitindo que a Lone Star encaixe em poucos anos um valor colossal. O Governo PSD/CDS é cúmplice deste assalto aos recursos nacionais.

3. A dimensão deste assalto aos recursos do País não é politicamente aceitável e a sua concretização pode e deve ser travada. O País não pode continuar sujeito a esta lógica em que os grupos económicos ganham com a especulação, a fraude e a corrupção, e os trabalhadores e o povo pagam a factura. Em vez de permitir esta venda contrária aos interesses nacionais, o País deverá tomar todas as medidas ao seu alcance para travar este processo e criar as condições para, a partir das actuais posições do Estado no capital do Novo Banco, recuperar o seu controlo público.

Neste sentido, o PCP irá apresentar uma iniciativa na Assembleia da República para impedir este assalto aos recursos nacionais e para que se avance na recuperação do controlo público do Novo Banco, colocando-o ao serviço do povo e do País, ao serviço do desenvolvimento e da economia nacional.”